quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Aprender uma segunda língua

Esse blog não tem o intuito de ser monotemático. Na verdade aqui é o meu espaço, onde falo de qualquer coisa que desperte meu interesse. Ultimamente, meus interesses têm sido adoção, gatos, pedagogia e feminismo. Mas acabo evitando falar sobre a aquisição do inglês como segunda língua porque prefiro conversar sobre isso com os meus alunos, ou postar minhas opiniões no blog da escola onde trabalho.

Mas, as vezes fica impossível. Algumas coisas simplesmente dominam o meu pensamento...

Há alguns dias eu colei um post aqui que dizia mais ou menos que nunca foi tão difícil ser professor. Afinal, os alunos estão apenas atrás do diploma, ou pensam que serão atingidos por uma mágica, e que o simples fato de pagarem e irem de vez em quando a um curso, fará com que automaticamente aprendam a língua.

Assim não se aprende nada. Nem inglês nem nada nesse mundo. Essa visão do aluno como cliente, que sempre tem razão e que deve ser satisfeito a qualquer custo é que criou a realidade que temos hoje. Eu não costumo reclamar disso. Sempre fui da posição de que, se a realidade mudou, nós é que temos que nos moldar a ela, e não adianta ficer emburrado.

Muitas vezes em reuniões pedagógicas, quando conversávamos sobre o rendimento dos alunos, os mesmo argumentos sempre apareciam: eles não recebem educação em casa, eles não perdem 1h por semana para estudar fora da sala de aula, eles não seguem nossas instruções e recomendações, eles tem deficiência no inglês porque a educação escolar também está de mal a pior... Eu geralmente concluía dizendo: ok, mudou tudo, e consertar tudo o que está errado está, nesse momento, fora do nosso alcance. O que fazer A PARTIR DISSO?
Temos alunos que faltam muito? Ok, vamos oferecer aulas de reposição. Temos alunos que não admitem pagar por aula de reposição? Ok, vamos dar um número X de aulas de reposição gratuita, e talvez diluir esse valor nas próprias mensalidades. Eles ainda assim não vem nas aulas? Ok, vamos aumentar o planejamento, ao invés de 1 livro ser feito em 4 meses, vamos fazê-lo em 6, dessa forma teremos tempo na própria sala de aula para rever conteúdos e sanar dificuldades.

Não adianta ficar listando os problemas DOS ALUNOS. O foco tem que ser o que nós, como escola, como professores, como educadores podemos fazer com aquilo que os alunos nos oferecem. E é muito pouco.

Se antigamente víamos cursos de inglês com duração de 7 anos, e era na época em que tínhamos pessoas com mais tempo livre e mais dedicados, hoje temos alunos muito mais relapsos e desinteressados, em cursos de 3 anos. Porque ele mesmo, o cliente, pediu por menos tempo de curso. E o mercado se adapta. E vamos em frente.

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