domingo, 26 de dezembro de 2010

Da angústia de sair sozinha

Eu sempre saí sozinha.

Não importa a hora. Sempre. Acho que é algum resultado de ter crescido numa vizinhança super tranquila, onde no verão a gente até dormia com a porta da sala aberta pra entrar um vento. Nunca tive MEDO de nada, nem do escuro, nem de barata, muito menos de andar sozinha por aí.

E como na adolescência vim morar na região central de Blumenau, também me acostumei a ir a todos os lugares a pé ou de ônibus, sempre foi rapidinho e sussi. Claro que as vezes alguém mexia comigo, na verdade a quantidade de "mexidas" era cada vez maior conforme a noite ia adentrando, mas nada que não fosse administrável. Coisas que a gente - leia-se mulheres - já se acostuma desde sempre né?

Mas me assustei com o quanto a situação mudou de poucos anos pra cá. Passei uns bons 4 anos sem sair a noite, ainda mais sozinha, e ainda mais a pé. Então não sabia de como as coisas pioraram, e como pioraram MUITO!

Há mais ou menos um ano atrás saí com uma amiga minha. Fomos comer sushi (daí o pai dela nos levou) e depois quisemos dar uma esticadinha. Fomos caminhando do sushi até um barzinho MPB, que estava vazio, então fomos do barzinho até a Cachaçaria porque me deu um desejo de tomar a batida de melão com champagne deles, humm.

Mas, sério, eu não sei o que aconteceu com os homens nesse tempo em que eu estive reclusa. Porque essa caminhada de no máximo 30 minutos às 22h (mais ou menos) beirou o insuportável. Sem brincadeira e sem exagero, não teve NENHUM carro que passou e não mexeu com a gente. E nenhum pedestre também. E eram "mexidas" de todos os tipos. De "inocentes" assovios até palavras mais grosseiras, do nível mais baixo imaginável.

E que sensação horrorosa hein? Essa de estar sendo constantemente violentada. E é um medo constante. Medo de mandar tomar no cu, porque nunca se sabe se o(s) cara(s) é ou não um maluco que pode se ofender e vir nos agredir... E não podendo mandar tomar no cu, medo até de dar uma risada, por medo que o cara entenda como uma abertura e venha nos abordar. E caminhamos, cabeça baixa, falando o mínimo possível, em passos apertados, presas na condição de sermos mulheres - e desacompanhadas.

Porque é assim né. Mulher desacompanhada é claro sinal de 100% à disposição dos caprichos masculinos. Só podemos nos sentir seguras (e ainda assim nem tanto) se acompanhadas de um homem. Se sozinhas, é medo constante. Mulher sozinha não pode estar sozinha por opção, por querer simplesmente tomar um drink de melão. Se está sozinha, está a mercê, é só vir e pegar a sua.

Lembrei desse episódio numa discussão que tivemos recentemente na lista de discussão Blogueiras Feministas (quer nos acompanhar? entre aqui). Contei desse episódio e algumas meninas responderam que realmente, a coisa piorou de uns poucos anos para cá. E eu queria entender por quê.

E daí cheguei no blog da Lola (sempre a Lola né?) falando justamente sobre isso também. E como ela consegue expressar tão bem o que toda mulher pensa/sente sobre isso, resolvi colar as melhores partes aqui:

Esse terrorismo institucional que faz parte da criação de toda mulher, e que começa quando somos meninas de 8, 10 anos, pros homens é besteira. Eles também são educados, geralmente pelo pai, a dispararem grosserias a qualquer gatinha que passa. Faz parte da sua masculinidade. Opa, você achou exagerado eu chamar grosserias na rua de terrorismo? Então você só pode ser homem. Pergunte pra sua mãe, pra sua irmã, pra sua filha, que idade ela tinha quando ouviu a primeira cantada, e como se sentiu. Sei que a sociedade ou faz pouco caso desse nosso martírio do dia a dia, ou inventa que nós mulheres adoramos ouvir elogios como “Quero ser seu absorvente interno”, porque faz bem pra nossa autoestima.

O princípio da cantada na rua não é o elogio. Não é a proposta, o convite. Pelo contrário, é o insulto. É a dominação. É lembrar quem manda aqui. Só quem está numa posição de poder pode avaliar. Quem é subordinado é avaliado. [...] Todos os homens se acham no sagrado direito de avaliar o corpo de uma mulher. Só porque ele é homem, ela é mulher, e uma sociedade patriarcal totalmente ultrapassada decidiu que ele pode.

O post é esse AQUI, e os grifos são meus.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Adeus, ano velho

Ok, o ano ainda não acabou ainda, faltam alguns dias, mas... Pra mim, já era!

A verdade é que estou dando graças a D-us que o 2010 está acabando. Eita, que ano difícil!
Passou voando, claro. E foi repleto de conquistas. Mas, chega! Foi um ano de nivelar o terreno, de começar a construir, de organizar a minha vida que estava uma bagunça há algum tempo. Mas agora quero curtir um pouco mais, colher um pouco os frutos.

Vale a pena fazer uma retrospectiva, então!

Faculdade
Concluo o terceiro semestre em 17 de janeiro, mas claro que foi ótimo. Aprendi muito, li muito, me surpreendi muito por conseguir manter a minha média. Que está, aliás - momento exibidinha da estrela - em 9,7! Sim, fazendo a média de todas as disciplinas cursadas até agora, estou com 9,7! Isso é muito bom, uma baita conquista para mim, que demorei tanto tempo para voltar aos bancos escolares.
A Uniasselvi continua deixando a desejar, claro, mas nada que uma boa pesquisa bibliográfica e leituras complementares não supram. Vou me formar no final de 2012 (se o mundo não acabar antes). Já temos comissão de formatura, já contratamos a empresa que vai fazer a festa e já estamos pagando. Yay!

Relacionamento
Consegui, ao longo do ano praticamente inteiro, finalizar uma história antiga e sofrida. Finalizar mesmo. Algo que, na verdade, eu pensei que jamais teria fim, levando em conta a novela mexicana que foi desde o início.
E, claro, como todo final de história longa, algo complicado, difícil, sofrido. E que agonizou até o último momento, como um doente terminal lutando para viver. Mas morreu. :)
E agora curto a minha solteirice, a liberdade recém-adquirida e que eu achei que nem saberia mais como conviver com. Sair a hora que eu quero, chegar a hora q eu quero, não dar satisfação pra ninguém, deixar a pia cheia de louça e - ufa! - não precisar mais fazer janta todos os dias!

Gatos
Todos lindos, todos fofos, todos queridos. E eu, como sempre, completamente apaixonada por todos. Siamês foi embora, ficar com o pai dele, pois ele agredia muito a todos os outros. Fiquei com 7, esses que estão nas fotos aí do lado.
Xurupito, o eterno problemático, continua doentinho, e a meu ver, cada vez pior. As doses de Gardenal tiveram que ser aumentadas pois os ataques estão acontecendo com cada vez mais frequência. Ele está sempre tonto, sem equilíbrio, ou simplesmente dormindo o dia inteiro de tão chapado. Não sei se ele aguenta 2011 inteiro, e para compensar tento dar o máximo de carinho que eu posso para que ele passe esses que possam ser os seus últimos meses de vida sendo muito, mais muito amado.

Casa
Aqui mudou bastante coisa. Consegui me organizar com a questão limpeza/organização. Qualquer um que tenha muitos gatos, como eu, sabe que isso é bem complicado. Eita bicho bagunceiro e porquinho! Mas consegui, com uma lista de tarefas domésticas diárias colada na porta da geladeira. Faço cada dia um pouco, e assim tudo está sempre relativamente limpo. Antes era mais difícil pois o dia oficial de limpar a casa era domingo, e domingo eu estava sempre cansada e era um sacrifício fazer tudo de uma vez só...
Consegui, finalmente, depois de muitos planos e promessas, colocar telas nas janelas. Outro mega-alívio, pois agora as janelas podem ficar abertas e os gatos estão totalmente bobos, e passam um bom tempo na varanda olhando pra fora, passeando nas soleiras.

Família
Com essa nova organização da limpeza da casa, consegui ficar mais tranquila aos domingos, e então virou programa oficial ir visitar meu Paipai. E isso me faz um bem danado. Conviver com ele, com a minha mãe-drasta, com meus irmãos é muito bom. Por outro lado, a outra parte da minha família agora está em Florianópolis, então os tenho visto cada vez menos...
Mas mesmo assim, sempre próximos, graças ao MSN.

Amigos
Poucos e bons. Foi o ano das jantinhas na casa da Tata. Muitos bons momentos, muitas conversas boas, um casamento maravilhoso em outubro e muitas risadas. Tenho me tornado uma amiga melhor, mais presente, mais paciente, mais carinhosa, mais ouvinte. Passei muito tempo enquanto estava no meu relacionamento deixando meus amigos em segundo plano. Mas hoje eles são prioridade - ainda que não saibam, são.

Trabalho
Trabalhei MUITO!
Larguei a escola de inglês onde trabalhava, mantive apenas uma turma lá e me embrenhei por um mundo novo: rede estadual de ensino. Sofri muito, chorei muito, me decepcionei muito e também me apaixonei muito. Gosto de trabalhar por uma causa, e trabalhar na rede pública é sempre uma boa causa. É fazer a diferença. Mesmo que, ainda desajeitada, minha diferença tenha sido pouca... Quero pegar 20 horas no município ano que vem, dessa vez com anos iniciais, mas isso só vou saber em fevereiro.
Aulas particulares de inglês também têm me deixado bastante satisfeita. Tanto na questão financeira quanto na realização pessoal mesmo. É bom, é gostoso, e até me surpreendi que consegui um nível de organização e comprometimento que achava que não teria. Trabalhar em casa sempre parecia algo impossível para mim, que vivo me distraindo com TV, Twitter e gatos. Continuo me distraindo, mas quando a água bate na bunda, faço o que tem que ser feito!

Escotismo
Consegui voltar para o escoteiro, depois de mais de 1 ano afastada por problemas de temperamento (longa história, posso não contar?). Mas deu tudo certo. Primeira atividade, claro, chorei. Primeiro acampamento, chorei. Primeiro Fogo de Conselho, chorei. Só choro lá. E por isso amo tanto.
Escotismo mexe comigo. Com essa minha coisa que querer fazer a diferença, de querer mudar o mundo. Cada sábado que estou lá, sinto que estou mudando o mundo mesmo. É lindo. Tudo é lindo. E as crianças são maravilhosas, e me encho de orgulho ao pensar que estou contribuindo para que essas crianças maravilhosas se tornem, cada vez mais, cidadãos responsáveis, de caráter, respeitadores do próximo e do meio ambiente. É fantástico isso. E é algo que definitivamente quero dedicar a minha vida inteira.

LEO Clube
O Escotismo dispensa apresentações, mas o LEO Clube não é todo mundo que conhece. Basicamente, é um braço do Lions para jovens de 12 a 30 anos. Sim, eu sei, estou quase estourando na idade, mas resolvi entrar no barco.
Trabalhamos como o Lions, mas com um orçamento mais restrito, atuando em ações de serviços a comunidade. Então planejamos e executamos campanhas, arrecadamos fundos e trabalhamos para melhorar um pouco nossa comunidade. Sou sócia-fundadora do LEO Clube Blumenau Cidade Germânica, que foi fundado em outubro. Então ainda não temos muitas campanhas para botar no currículo, já que a fundação é recente, mas já ajudamos em 2 pedágios e estamos agora empenhados na venda de Panetones do Bem, onde toda a renda deles será revertida para dois ancionatos de Blumenau.
Sou campeã de vendas :)

Pronto, 2011. Pode vir.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Finalmente

E finalmente, as minhas merecidas férias chegaram!
Agora estou com BEM mais tempo livre, pelo menos até dia 11 de janeiro, e pretendo colocar ordem nessa bagaça.

Minha cabeça está sempre a mil, tenho lido muito, conversado muito, e sempre penso: preciso desenvolver melhor isso para fazer um post. Mas é aula de manhã, aula de tarde, aula de noite, nas horas livres preparar as aulas, corrigir prova, tarefa, cuidar dos gatos (acho q nunca me deram tanto trabalho) e ler meus emails - que são muitos, todos os dias.

Então, para os que ainda me acompanham, preparem-se, pois uma das metas de 2010 é justamente me dedicar mais ao blog!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Escotismo

Texto que eu achei bem esclarecedor, escrito pela Marília, do www.mulheralternativa.net!
O assunto surgiu no meio de uma discussão da nossa lista de Blogueiras Feministas, sobre se o Escotismo é uma atividade válida para as nossas crianças ou não, e essa foi a resposta dela a alguns questionamentos postados pelas meninas!

***************

O movimento escoteiro é um movimento conservador. Assim como o movimento estudantil. Tenho, aliás um amigo que fez o mestrado comparando o conservadorismo dos dois movimentos.

A "base" dele nunca foi paramilitar. O objetivo do movimento sempre foi educacional. Em 1906 o "educacional" que um ex-militar inglês pensou era, inclusive, bastante libertador pra época - por exemplo, com capítulos sobre educação sexual para meninos e, depois no movimento bandeirante, para meninas. Da mesma forma que as aulas de educação sexual reproduzem o que hoje é tido como "certo" sobre sexo, com todos os preconceitos que isso carrega, os capítulo do Robert e da Olave também o faziam, inegável. Mas que falar deste assunto para jovens abertamente era novidade, isso era.

O cara que fundou o escotismo, Robert Baden Powell, não teve grande educação em casa. Como foi no exército que ele aprendeu a se virar sozinho, achou que podia compartilhar com jovens rapazes estes aprendizados em idade anterior. Isso não significa só fazer fogueira ou fazer a própria comida (meus amigos escoteiros MENINOS todinhos cozinham, cuidam da própria comida, limpam a própria casa, etc), mas ser atuante em sua comunidade, respeitar as pessoas, etc e tal. Não tem nada dessa história de grupo de apoio à colonização da África. Não sei de onde alguém pode ter tirado isso isso - foi do cerco de Mafeking? Porque não tem nadinha de nada a ver.

Sobre a estrutura hierárquica, não existe instituição que não tenha estrutura hierárquica. Eu não consigo pensar em nenhuma. Adoraria que tivesse, mas não tem. O que não quer dizer que não haja instituições mais ou menos igualitárias - a questão é o papel que a hierarquia cumpre.

Talvez todos devessem procurar se informar melhor sobre o que são os valores do movimento escoteiro hoje. Existe um esforço mundial sendo feito para que em todos países haja uma transformação efetiva de práticas. Isso ainda não chegou em muitos lugares mas no meu grupo escoteiro, por exemplo, crianças de 7 anos tem voz e voto representativo em assembléias. Fazemos fóruns de jovens. Formações pros adultos sobre educar com igualdade de gênero. E por aí vai. A primeira prioridade estratégica do escotismo mundial é garantir jovens nas instâncias decisórias e de poder das organizações nacionais do escotismo. É uma batalha, mas isto está mudando - a UEB por exemplo tem hoje muito mais jovens atuantes do que jamais teve e isso é resultado de uma luta muito grande de muita gente no movimento. A terceira prioridade estratégica é garantir igualdade de gênero. Óbvio que desta estamos mais longe ainda - como exigir que uma instituição garanta igualdade de gênero num contexto em que a própria sociedade não garante? E aí aparecem diferenças enormes de país para país. Lidar com um movimento que agrega muitas culturas e valores é bem complexo.

Sobre a "tríade" original "Deus, pátria e próximo", se você for em grupos escoteiros onde os adultos tem um pouco de acesso ao que a UEB exige como valores, vai ver que isso já foi reinterpretado para "espiritualidade", "cultura", etc.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Homens gostam mais de você quando você é MEDÍOCRE!

Sério, New York Times? A Dama Cinza está aí de novo, dizendo às mulheres que você pode ser bem-sucedida no trabalho. Ou no amor. Não em ambos. Veja, é porque mulheres de sucesso espantam os homem. Esse é o preço que pagamos pela liberação. "O empoderamento feminino está matando o romance?", pergunta o artigo, em uma frase tão backlashtica que não é fácil de engolir. Eu não sei, eu achava que quando o empoderamento feminino nos trouxe liberdade para namorar e casar por amor, pra não mencionar usar a pílula, isso sim foi romântico. Tem tantas outras coisas para eviscerar nesse artigo que eu nem sei direito por onde começar, a não ser dizendo que quando eu abri na página e comecei a ler, eu literamente tive que olhar no topo da página para ver se alguém talvez acidentalmente tinha me mandado um link de 1997. Ou 1957. Ou algo assim.

Olha só, eu sei que existem homens que são desencorajados por mulheres "bem-sucedidas" - "ambiciosas", "fortes" etc. Tenho certeza que sempre houve homens assim. Mesmo muito antes de as mulheres serem "liberadas". Então, hum, talvez isso seja problema deles? E mesmo, mesmo se fosse o caso de os homens em massa estarem assustados pelo sucesso feminino, novamente: PROBLEMA DELES. Por que são sempre as mulheres que têm que diminuir? E mais, a mera sugestão de que tantos homens estejam TÃO ASSUSTADOS das mulheres MEGA ASSUSTADORAS é altamente insultante aos homens também.

E então vem o conselho, anotado entre chaves:

Deixe o carro estiloso da empresa em casa no primeiro encontro [porque HOMENS ODEIAM CARROS ESTILOSOS]; encontre seu parceiro de vida aos 20, ao invés de aos 30, antes que você se torne bem-sucedida demais [levanta a mão: quem aos 30 gostaria de ter se casado com aquele cara que conheceu aos 20?] [e também, pela lógica implícita, aquele homem dos teus 20 anos vai te largar quando você se tornar bem-sucedida "demais"]. E vá atrás de homens que obtém sua confiança de fontes outras que não o dinheiro, como acadêmicos e artistas [evitar pessoas que obtém confiança do dinheiro é um conselho sábio para qualquer um; entretanto - ah, pelo amor de deus, isso é muito besta].

O artigo traz como exemplo alguns namorados excelentes (que parecem ser europeus. COINCIDÊNCIA?!). Veja:

Sra. Kiechel em Paris diz que seu namorado ativamente encoraja sua carreira e se exibe para os amigos sobre o quanto ela é inteligente e esforçada. Sra. Haag e Sra. Domscheit-Berg ambas ganham mais que seus maridos e declaram que eles apreciam observar a reação dos garçons quando eles dizem que quem vai pagar a conta é a esposa.

Isso é ótimo e tal, mas é tipo como dizer "Que legal que seu marido AJUDA com o bebê!" As atitudes acima deveriam ser normais, e não um plus. E eu sei que tem muito mais homens desse tipo do que o artigo mostra. O dia em que nós realmente chegarmos - ou dirigirmos nosso carro estiloso mais próximo da - liberação será o dia que começaremos a ver artigos dizendo aos caras que se eles tem medo de mulheres bem-sucedidas, eles simplesmente vão ter que virar homens.

Tradução livre DAQUI.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Top 10 maneiras de ser Feminista em 2010

1. Pare de fazer piadas sobre estupro. Essas piadas estão se tornando muito comuns agora e não são engraçadas. Outro dia eu escutei um músico muito famoso dizendo: "Esta é minha cara de estupro!" enquanto espremia os olhos e enrugava o nariz. Outro homem sentado perto respondeu: "Toda cara é cara de estupro!", e riu. Por que é considerado socialmente aceitável para as pessoas agirem dessa forma? Como podemos parar com os estupros de se as pessoas acham que isso é piada?

2. Reconheça o privilégio branco, o privilégio heterossexual, o privilégio de classe e outras formas de privilégio que fazem ser um tipo de mulher totalmente diferente de ser outro tipo de mulher. Depois, faça o que puder para nivelar o campo para todas as mulheres. Isso significa lutar contra o racismo, o heterossexismo, e o classismo onde quer que você os veja. Lembre-se que o sexismo está incluso em todas essas formas de discriminação.

3. Apóie outras mulheres a sua volta, e apóie mulheres que você nem conhece! No mundo em que vivemos atualmente, com sua onda sem fim de reality shows, nós pensamos nas nossas vidas como jogos a serem ganhos, e nós amamos dar risada quando os outros fracassam. Não permita que o ciúme ou o instinto de competição te impeçam de apoiar outras mulheres. Reconheça que o mundo quer que você critique a Sra. X, e então ao invés disso decida ativamente dizer algo realmente positivo sobre a Sra. X.

4. Reconheça que "mulher" agora significa muitas coisas diferentes. Fazer o que é bom para mulheres sempre significa apoiar pessoas trans, e pessoas que não se identificam com nenhuma "caixa" de gênero. No final das contas, tod@s temos os mesmos interesses, que são: desmantelar essas pequenas caixas, desmantelar as estruturas de poder do patriarcado, ajudar tod@s a viverem da forma que realmente quiserem.

5. Se você foi machucada por violência sexual, doméstica ou abuso no relacionamento, lembre-se que não é sua culpa. Considere isso: que você não é uma vítima. Ao invés disso, você é uma sobrevivente. Sobreviventes são fortes.

6. Encontre seu próprio caminho na vida. Às vezes ser uma radical é tão simples quanto seguir o seu coração. Se você é uma garota ou uma mulher, tentando fazer o que quiser fazer pode ser um caminho recheado de muitos obstáculos sociais, emocionais e psicológicos. Descubra o que ser livre significa para você, e então faça o seu melhor para viver dessa forma. Se você quiser usar maquiagem e depilar as pernas, tudo bem. Faça. Mas certifique-se que você esteja fazendo isso porque você quer, e não por sentir que precisa. Se você não quiser usar maquiagem ou depilar as pernas, tudo bem! Que seja! Faça do seu jeito. Faça suas escolhas livremente. Mentalmente, você precisa ser livre antes de poder libertar qualquer outra pessoa.

7. Leia leia leia! Para ser feminista, você precisa saber a história das mulheres que vieram antes de você. Há tantos livros ótimos sobre os movimentos de mulheres dos anos 70, e há tantos livros ótimos sobre as sufragetes, e há livros de Angela Davis, e há livros de Adrienne Rich e Audre Lorde, e agora há até um ótimo livro sobre a história das riot grrrls! Ler pode dar idéias poderosas à você, e pode te inspirar a criar suas próprias idéias também. Se você não sabe o que ler, pergunte à uma amiga! Ela provavelmente terá uma recomendação.

8. Pare de se referir às mulheres como putas. Eu estou realmente cansada de escutar essa palavra sendo usada com tanta frequencia, e casualmente, como se não tivesse nenhum significado.Nesse exato momento, muitos jovens auto-descritos politicamente liberais, que não usam a palavra b*** para se referir aos homossexuais porque essa palavra é ofensiva, ainda usam p*** regularmente como forma de se referir às mulheres. Por que a palavra puta agora é classificada como uma gíria e não um insulto sério? Não tenho certeza sobre qual a causa verdadeira, e provavelmente há muitos fatores contribuindo. Um fator no qual eu consigo pensar agora é a maneira com que todos fomos criados, em uma dieta de péssimas músicas de "rap"-dance feitas por "artistas" que não tem muito a dizer. (Coloquei "rap" e "artistas" entre aspas aqui porque eu acho que artistas do rap de verdade têm muitas coisas importantes a dizer, mas,em sua maioria, essas coisas não chegaram aos rádios na última década.) Nas músicas que nós ouvimos no rádio, mulheres são sempre putas, isso quando é dado a elas alguma identidade além da série de partes do corpo estranhamente desconstruídas (bunda, coxas, etc.) Então, vamos falar sobre o que a palavra puta significa na verdade: 1. "uma mulher," 2. "uma mulher que fica braba ou discorda de você," e 3. "um homem que é fraco (como esperamos que uma mulher seja)". Caso você não tenha percebido, o significado dual e contraditório funciona para criticar homens e mulheres da mesma forma. Qualquer um que ouse cruzar o território inimigo fica marcado com um rótulo insultante, desencorajando-o(a) de algum dia visitar aquele território novamente. Talvez seja por isso que as pessoas amam usar tanto essa palavra. Assim como um policial particularmente bom, o Policial P faz duas vezes o trabalho de qualquer outro policial nas ruas. O Policial P reforça as fronteiras entre as vizinhanças de homens e mulheres. E, se você alguma vez "responder" para o Policial P, se alguma vez você desafiar a autoridade daquela palavra, essa é a forma mais fácil de ser rotulada como uma puta você também! Para mim, a pior parte do uso constante da palavra puta pelas pessoas é que isso realmente faz com que as mulheres tenham medo de ser rotuladas de putas por fazerem qualquer coisa fora da norma. Isso inclui, mas não se limita a: Mulheres defendendo seus direitos, mulheres lutando contra a construção social de g6enero, mulheres ficando brabas a respeito de qualquer coisa em geral, e mulheres sendo assertivas. Finalmente, a palavra puta demonstra a forma com a qual estamos constantemente usando a língua para criar essas caixinhas infames para mulheres e homens morarem dentro. Não esqueçamos que nossa língua é uma ferramenta que cria significado no mundo. Nós não apenas descrevemos o mundo quando nós falamos - nós inventamos aquilo sobre o que falamos. Nós fazemos isso real.

9. Envolva-se em uma organização que ajuda mulheres. Pode ser qualquer tipo de organização que você quiser. Só tem que ser uma causa na qual você realmente acredite. Se você vir uma necessidade na sua comunidade de algum tipo de organização que ainda não existe, então comece a sua própria organização. Lembre-se que você tem poder, e voz, e que você pode mudar as coisas ruins que vê ao seu redor.

10. Comece um blog! (Ei, é isso que estou fazendo.) Tantas histórias do mundo, daquelas na TV àquelas em músicas pop, àquelas em livros de história, são contadas por homens. Não é injusto? Isso significa que as histórias que nós consideramos A Verdade geralmente trazem uma perspectiva masculina inclusa nelas. Mas agora nossa geração tem uma arma secreta: a internet. A habilidade de usar a internet é um privilégio real que as gerações anteriores de garotas e mulheres não tinham. Então vamos tirar vantagem desse privilégio e contar nossas histórias com nossas próprias vozes. Auto-publicação é radical, e divertido! Vamos todas fazer isso!

Tradução livre daqui!!!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Rodeio de Gordas - WTF?!?

Acho que a essa altura do campeonato todo mundo já sabe do absurdo que aconteceu na UNESP há algumas semanas. Como eu continuo correndo contra o relógio, final de bimestre, notas para fechar, provas pra corrigir, paper para escrever, projeto para terminar, livro para revisar etc etc etc (ai que cansaço) não consegui tirar tempo para escrever de verdade sobre isso.

Mas minhas companheiras feministas e amigas da lista de discussão Blogueiras Feministas fizeram o trabalho pesado e agora eu posso postar os melhores links aqui, para quem se interessar pelo tema.

O que aconteceu está aqui: Folha

Uma postagem emocionada do blog Borboletas nos Olhos, expressando tudo o que todas nós sentimos ao ouvir a notícia: Borboleta nos Olhos

Bullying também é questão de gênero, no Garrafa ao Mar.

Post ótimo sobre plus size, no Primeira Fila.

Sexo.Acholegal fala sobre o direito dos cidadãos de maltratar mulher.

Para nós, mulheres, na prática a teoria é outra. Por Wonderwoman.

Trechos da entrevista de Preta Gil para a Folha, sobre o rodeio, estão no Humor pelas palavras.

Trote na faculdade não é bullying? No Non Accepto.

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E tem gente que AINDA acha que o movimento feminista é ultrapassado ou desnecessário.
Aham, Claudia, senta lá.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dois pesos… artigo de Maria Rita Kehl

Esse eu encontrei AQUI.

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Para o O Estado de S.Paulo

Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.

Se o povão das chamadas classes D e E – os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil – tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por "uma prima" do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia".

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tweets da semana

geofaust Georgia Martins
Agora tb tenho fotinho de criança :) Tomara q a @rosanemartins1 veja, fique com saudade e me compre um presente pro dia 12! :D
11 hours ago

eisse Ace
by geofaust
Dilma se o Serra tivesse mil caras voce acha que ele ia usar justamente ESSA?
11 hours ago

geofaust Georgia Martins
Boa noite pra vc q deu uma de doido e comeu um copo inteiro de requeijão. #gordosofazgordice
13 hours ago

geofaust Georgia Martins
Foi por isso q eu entrei e saí 1/2 hora dpois. RT @izidorokochjr: lado externo da Vila Germanica ontem... http://twitpic.com/2wfr98
13 hours ago

geofaust Georgia Martins
Depois de uma Oktober #fail, acordei as 8h pra levar café pro povo do LEO, voltei pra casa, dormi e agora acordei! Ainda to cansada!
15 hours ago

geofaust Georgia Martins
RT @Sen_Cristovam: É um insulto moral o acesso desigual à Educação e à Saúde,conforme a renda da pessoa.
15 hours ago

geofaust Georgia Martins
RT @eisse: Um bjo pra quem se irritou com a #oktober e voltou pra casa em busca de qualidade de vida (leia-se banheiros decentes e vazios)
15 hours ago

geofaust Georgia Martins
Vou almoçar com o pessoal do @LCBGermanica !!!!
9 Oct

geofaust Georgia Martins
Tablito tá mandando ver nas batatas fritas que sobraram do meu lanche. Esse gato nasceu pra ser de rua. E o Batata tá no alface, ele ama!
8 Oct

geofaust Georgia Martins
Eu conheço umas 30 pessoas q vão pro SWU. Se for pra ir prum lugar pra ver blumenauense, eu vou pra Oktober q é mais perto!!!
8 Oct

geofaust Georgia Martins
Pipow, da proxima vez q eu falar: to c/ fome, vou encomendar, vcs tem a obrigação de me lembrar QUE EU NAO DOU CONTA DE UM LANCHE ABERTO!!!
8 Oct

geofaust Georgia Martins
@cazBR Mas eu nao vo pra Oktober. Só amanhã, depois da fundação do @LCBGermanica #fato #oktoberfest
8 Oct

geofaust Georgia Martins
E ainda ficou insistindo!!! "O profe, e o meu beijo???"
8 Oct

geofaust Georgia Martins
Dai um dos meninos q tava na fila pediu um beijo. Eu dei, na bochecha. Depois da aula ele veio me falar q queria um beijo na boca. #medo
8 Oct

geofaust Georgia Martins
@cazBR Ao invés de falar "isso é fato", começa a falar "isso é de lei", fica mais istáile e gueto. :D
8 Oct

geofaust Georgia Martins
A 5a série hoje pediu um abraço. Fizeram fila e me deram super- abraços apertados um por um. Foi mto fofo, e claro q eu quase chorei...
8 Oct

geofaust Georgia Martins
MInha aluna me recomendando pruns amigos (e agora novos alunos): ela é A DEUSA do inglês!!! kkkkkkk Vou dar desconto pra ela, acho!
8 Oct

geofaust Georgia Martins
Eba, hora de contar historinhas da minha semana com meus alunos!!! :)
8 Oct

geofaust Georgia Martins
Mas que maravilha esse artigo!!! Perfect!!! RT @Okarasinski: A Direita Ruge http://tinyurl.com/25e8bgp
8 Oct

geofaust Georgia Martins
Essa é pra ti, @cazBR hahahahahaha RT @fabriciocardos0: Quem, depois de uma frase mais contundente, coloca #fato, de fato, é um mala
8 Oct

geofaust Georgia Martins
E só digo uma coisa: direção de escola pública é CALVÁRIO.
8 Oct

geofaust Georgia Martins
Minha diretora lá no Nilo (estadual) tb tira água de pedra. Nunca pensei q fosse ser assim até ver c/ os meus próprios olhos.
8 Oct

geofaust Georgia Martins
RT @LPCBueno: APP´s e direção faz das tripas coração p/ manter estrut física de esc municipal. às x c/ a merenda. Responsa que ñ é deles.
8 Oct

geofaust Georgia Martins
@rafa_licious Ai nao... Acordei as 5h hj e amanhã acordo as 7h! A festa aqui vai ser no quarto, com os gatos!
8 Oct

geofaust Georgia Martins
E pro dia das crianças eu aceito Green Eggs and Ham do Dr. Seuss. Obrigada.
8 Oct

geofaust Georgia Martins
Pronto, esperando meu Madruga Galinha do @MADRUGADAObnu ... AI Q FOMEEEEE!
8 Oct

geofaust Georgia Martins
#FF @audrey_lang @srtabia @flavialeticia @tatibodaneze @Liny_Marcelino @loserlife @opessoa @aninhafaust @vilmork @bruneuc @LPCBueno @sima0
8 Oct

geofaust Georgia Martins
@eisse Tenho 3 gatos q tb tomam água da torneira assim! Olha o Pirulito: http://yfrog.com/j343nrj http://yfrog.com/n1ai3cj
8 Oct

Hanarquia Hugo Maximo
by geofaust
feliz aniversário John! "i still believe all you need is love"
8 Oct

geofaust Georgia Martins
Daí que FODA-SE se eu to mega-dura, eu simplesmente NÃO vou entrar naquela cozinha agora pra fazer janta. Sugestões de delivery, please?
8 Oct

geofaust Georgia Martins
+ 1 sexta... Pra quem ñ lembra como foi a passada, foi acordar as 5h, 1h15 d bus, dar 10 aulas sem parar, 1h30 d bus e + 2 aulas até agora.
8 Oct

geofaust Georgia Martins
E por falar em sobrinha, tem mais uma (essa do coração) que é alvo das minhas saudades: http://yfrog.com/f3uf0j
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Acabei de descobrir q to na lista Feministas da @srtabia e na lista mulheres que amo do @alexcastrolll ... Meu deus... Como eu to boba!
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Ó deus, q saudade da minha sobrinha... http://yfrog.com/c8ikhccj Amo mais q tudo nesse mundo!
7 Oct

geofaust Georgia Martins
@eisse Faço cachorro quente qdo vc quiser, com xukrute e tudo, mas nada de gatos! :P
7 Oct

geofaust Georgia Martins
RT @misume: Será q dá p/ ao menos, tentar entender a diferença entre ser "a favor do aborto" e ser "a favor da descriminalização do aborto"?
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Tá bom, tá bom, pra mim e pra @flavialeticia ! Chegas em qto tempo? De sobremesa tem sagu d vinho c/ creminho branco!
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Atenção atenção! Vou fazer a minha clássica e lendária maionese! E só pra mim! HÁ!
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Hoje à noite, só mais uma aula... Depois, limpar a casa... E estudar, estudar, estudar. E assistir House. Boa Oktoba pra quem vai!
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Ganhei aumento de novo! 3 alunos novos, quem sabe agora eu consigo ir pra frente.
7 Oct

geofaust Georgia Martins
"Estudos mostram que a maior parte dos alunos que abandonam a escola são motivados por sentimentos de incompetência." Eu sou um lixo mesmo.
7 Oct

geofaust Georgia Martins
MEU DEUS, Terça Insana em Blu!!! @cazBR, super vamos? RT @lapolli: TERÇA INSANA - 16/10 - Teatro Uniasselvi - 20h
7 Oct

geofaust Georgia Martins
RT @TJunkes: Se vc usa guarda-chuva embaixo das marquises eu desejo do fundo do meu coração que seu/sua cônjuge vá para a oktober solito(a).
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Mas q post lindo...: Amei, do começo ao fim... http://bit.ly/azOkGw
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Parabéns, vc acaba de comprar um iPod Touch!!!!
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Qualquer semelhança é SIM mera coincidência! Gente, eu dou aula há 10 anos, vcs não foram meus únicos alunos nem meus primeiros desistentes!
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Falando de alunos desistentes na minha coluna no SitedeBlumenau, já recebi DIVERSOS emails de ex-alunos preocupados q eu tava falando deles.
7 Oct

geofaust Georgia Martins
Se alguém quiser me dar um presente, sinta-se a vontade: http://bit.ly/5k8948 DEMAIS!
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Eu sofrendo pq não tava afim de cozinhar... E acabei de encontrar um MeuMenu penne ao molho parisiense no frizi! Uhu!!!
5 Oct

geofaust Georgia Martins
To fazendo um sagu de vinho BEM power. As 18h já estarei bêbada!
5 Oct

geofaust Georgia Martins
@opessoa NADA justifica agressão policial. Ainda mais se "xingou a mãe", tá brincando né? Eles são descontrolados então.
5 Oct

geofaust Georgia Martins
@opessoa Professor é guerreiro mesmo, mas as condições em SP são complicadas, qq um sabe.
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Assisti, me arrepiei, meus olhos encheram de lágrimas. Vão lá, seus bunda-mole, votem no Serra. http://www.youtube.com/watch?v=atcWaMaFtUE
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Esperando ansiosamente pelo resultado da minha inscrição na 3ª Edição do Curso para Multiplicadores/as das Oficinas Gênero na Educação...
5 Oct

geofaust Georgia Martins
@bruneuc Isso me deixa bem puta, e se escuta o tempo todo. Não trabalha quem é vadio, não estuda quem não quer... PORRA!
5 Oct

geofaust Georgia Martins
RT @bruneuc: @geofaust a maior contradição do mundo é uma sociedade ter como paradigma meritocracia E herança! mérito passa pelo sangue?
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Vamos entrar num acordo? Esse negócio de meritocracia é bullshit, e quem discordar vai estudar tá?
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Hoje eu comprei, finalmente, o Modernidade Liquida, do Baumann. To quase andando descalça e comprei um livro. Tá. Isso um dia rende frutos.
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Então fechou né? Vou de Dilma. Precisa mencionar tudo que o PSDB NÃO fez enquanto estava lá?
5 Oct

geofaust Georgia Martins
sem precedentes históricos, d Escolas Técnicas e Inst Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ens sup a + de 700mil jovens.
5 Oct

geofaust Georgia Martins
foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação,
5 Oct

geofaust Georgia Martins
foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil;
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública:
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Pode me chamar de Thomas Morus, mas foda-se.
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Se quiser me deixar irritada é só justificar uma merda com o argumento "todo mundo faz!!!"
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Vou começar agora então, colhendo a minha mini-fazenda. HAHAHAHA #prioridades
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Vi a lista de leitura para mestrado, e vi q mta coisa é básica. E q eu tenho MTO trabalho pela frente. E q a minha formação foi bem podre.
5 Oct

geofaust Georgia Martins
Tá, a Monique não sabe q todo mundo assiste??? #descontrole #afazenda
4 Oct

geofaust Georgia Martins
@fanivoigt @rafa_licious Ouvi dizer que o Zan encontrou o @sima0 as 6h no Madrugadão PODREEEE q não sabia mais nem o proprio nome! Tsc tsc
4 Oct

A construção do meu feminismo

Li AQUI e amei. Grifos meus.

********

Foi em uma sexta-feira. Eu, estagiária-modelo, já pensava em arrumar minhas coisas para ir embora, pois eram quase 18 horas. Ela chegou desesperada, queria uma separação de corpos. Seu corpo estava todo marcado, manchas roxas no rosto e arranhões.

Não dá mais. Ela suplicava por uma solução no corredor do fórum nos tempos pré-Lei Maria da Penha. A oficial de Promotoria a conduziu para dentro da nossa sala. Eu estava perplexa. É claro que já tinha ouvido falar em violência contra a mulher. Tinha tido aulas sobre feminismo no colegial, na faculdade. Achava muito bonito dizer que não se nasce mulher, torna-se.

Mas ela estava ali. Na minha frente. Temia por sua vida, pela vida dos seus filhos. Não sabia se podia deixa-lo, dizia entre soluços. Não tinha dinheiro. Não sabia para onde ir. O que iriam pensar dela?

Eu que tinha feito intercâmbio, dirigia, votava, estudava Direito, pensava em ser juíza e era dona do meu nariz. Achava que o tempo do feminismo tinha passado. As conquistas foram necessárias, mas se dizer feminista era algo meio "demodé". Coisa de mulher reclamona. Hoje nos tinhamos direitos iguais, não?

Não. Aquela mulher na minha frente era a prova disso. Não éramos iguais. Havia homens que achavam que as mulheres eram suas propriedades, que eram menos, que podiam menos. E havia uma sociedade que fingia que não via, e concordava com isso.

E aos poucos fui olhando ao meu redor: eu trabalhava com 7 outras mulheres, mas nossos chefes eram todos homens; muitas de minhas colegas desistiam de ser juízas ou diplomatas por medo de não casarem por uma escolha profissional; isso era esperado de quase todas (senão de todas) nós: casar, ter filhos, cuidar da casa. Mulheres ainda recebem menos que homens, são julgadas pelos seus atributos físicos antes do seu intelecto, são forçadas a uma dupla jornada porque não há uma divisão do trabalho doméstico, são vítimas de violência simplesmente por serem mulheres.

A verdade é que o meu feminismo não surgiu naquele dia. Ele foi construído pelos meus questionamentos num mundo que dizia o que meninas podiam e não podiam fazer, pelas leituras de Simone de Beauvoir que minha professora de filosofia do colegial nos dava como tarefa, pelos blogs da Denise e da Cynthia, pela professora de Sociologia que na Faculdade de Direito entendeu ser mais importante nos ensinar o feminismo histórico do que Weber.

Mas naquele dia me descobri feminista. E é por aquela mulher e por tantas outras que ainda não têm voz, que hoje digo sem titubear que sou feminista.

sábado, 9 de outubro de 2010

Eita!

Meu chapéu velho, eu to muito sem tempo!

Penso no blog todos os dias, mas estou dando aula de manhã, de tarde e de noite (e a perfeccionista aqui leva quase 1,5 horas para preparar cada aula que dá), e ainda fazendo faculdade (terminando o terceiro semestre, eeee), e ainda me programando para grandes mudanças em 2011, e ainda participando do LEO Clube (nossa fundação é hoje à noite, eeee) e ainda tentando ser uma amiga, uma filha, uma irmã mais presente, mais querida, mais solícita. Daí de repente o blog não era mais prioridade.

E como eu estou lendo feito louca (descobri que se um dia eu quiser entrar no mestrado, tenho que ler MUITO mais q eu já lia - e já achava que era bastante só por ser mais do que a média), as idéias borbulham na minha cabeça. Eu teria uns 20 posts pra colocar aqui só agora de manhã, mas cadê o tempo para organizar o raciocínio?

Então por enquanto vou continuar marcando meu território aqui apenas selecionando o que encontro de melhor nos blogs que visito, (dá-lhe ctrl+c ctrl+v) deixando a minha opinião mais escondidinha por conta dos meus grifos, e quem sabe nesse feriadão eu consiga fazer algo mais produtivo...

Obrigada aos que pediram pra eu voltar pra cá, eu nem sabia que era lida hehehehe

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

De mãos atadas

Assisti há uns finais de semana atrás o filme Escritores da Liberdade.
Tudo lindo. Ótimo. Me lembrou Mentes Perigosas, com a Michele Pfiffer. Também ótimo.

No filme, a professora meio "pati" começa a dar aula em uma escola dominada por gangues. E pá, a história segue como todas as outras de professores e alunos, ela depois de muito tempo e muita resistência consegue conquistá-los e acaba fazendo um trabalho magnífico.

Legal. Boa lição para mim.

Mas só que... Eu ainda me sinto de mãos atadas. Mesmo com esse exemplo fantástico. Porque, de um jeito ou de outro, todos os filmes de professores de sucesso mostram professores que lecionam disciplinas realmente relevantes. E para conseguir a superação foco do filme, eles conseguem trazer o conteúdo para a realidade dos alunos. O ideal de todo professor.

Mas e eu?
Eu leciono em uma escola estadual de uma comunidade que não é necessariamente carente do tipo que manda os filhos para a escola para comer merenda porque não tem comida em casa. Mas é carente. Carente o suficiente para crianças na sexta série estarem pensando seriamente em sair da escola. E que comentam frequentemente que o pai ganha mil reais como mecânico na Coteminas mesmo tendo só a quarta série, então por que eles precisam estudar? Pois para eles, mil reais tá mais que bom, e ser mecânico é o topo.

Não que eu tenha algo contra ser mecânico, longe de mim. Mas como eu, euzinha, vou conseguir relacionar INGLÊS com a realidade deles, e montar um projeto ou um plano de aula que realmente os faça ver que a minha disciplina é relevante para o futuro deles?

Me sinto completamente inútil, lecionando algo que eles não querem aprender não só por não gostar, mas porque não tenho como trazer isso para o dia a dia deles. No filme, ao invés de dar livros clássicos como a Odisséia, de Homero, para as crianças, ela traz livros com histórias reais de membros de gangues. Quando a disciplina é Literatura, eu vejo como fazer. Com várias outras disciplinas, eu vejo como fazer. Mas e inglês?

Alguém?

sábado, 21 de agosto de 2010

Notícias assustadoras

Homem bate em bebê até a morte

Um homem de 20 anos estava cuidando do filho de sua namorada, uma criança de 17 meses. Daí ele começou a socar o menino e segurá-lo pelo pescoço. A polícia chegou, levou o bebê para o hospital mas ele morreu mesmo assim. Quando questionado sobre por quê fez isso com a criança, o cara respondeu: "Eu estava tentando fazê-lo agir como um garoto ao invés de como uma menininha."

Dá para acreditar?
Como será que é uma criança de 17 meses agindo como uma menininha???

É para se pensar mesmo.
Claro que esse cara é obviamente lunático, mas ainda assim é um resultado de uma cultura que tipifica, que rotula, que determina o que um menino deve fazer e o que uma menina deve fazer. Mesmo que esse menino não saiba nem falar ainda. Mesmo que mal saiba andar. Ele já tem que ser macho. O azar foi que a criança morreu, se não tivesse morrido ia "aprender" a se comportar "direito".

********

Esses dias estava na papelaria e vi uns livrinhos de colorir para vender, em promoção. Como tenho uma sobrinha e sou louca por ela, claro que quis comprar. Eu sou meio contra essa "princesização" das meninas, ainda mais sendo tão pequenas, e então não queria dar nada que colocasse mais em evidência toda essa onda de rosa à qual ela já é submetida todos os dias. Queria que ela colorisse peixes, animais do zoológico, planetas, qualquer coisa menos a Bela Adormecida e cia. Adivinha só? Não encontrei. Não existe.
Das dezenas de livrinhos para crianças colorirem, tinha uns de princesas e outros de carros (os primeiros para meninos e os segundos para meninos, claro). Não levei nada.

Tô cansada disso. Se um dia eu tiver uma filha, praticamente não vou ter como escapar: ela invariavelmente só terá coisas rosas para fazer. Não se acha de outro tipo... Tem alguma coisa errada aí.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ainda sobre o aborto...

A não legalização leva as mulheres a buscarem métodos caseiros improvisados e clínicas clandestinas sem nenhuma condição de higiene e segurança. Ambas as "alternativas" submetem essas mulheres à possibilidade de prisão, de sofrer sequelas profundas ou mesmo de morrer. Muitas acabam no SUS, para finalizar o procedimento mal feito, e são tratadas com crueldade por médicos e enfermeiros. Porém, certamente, há clínicas clandestinas bem equipadas, onde o aborto pode ser realizado com segurança e higiene. A essas, somente tem acesso quem pode pagar caro. Isso significa que a criminalização do aborto no Brasil é uma hipocrisia tão grande que condena aos riscos mencionados especialmente as mulheres mais pobres.

A responsabilidade por evitar uma gravidez indesejada é integralmente da mulher: é ela quem deve tomar pílulas anticoncepcionais; é ela quem tem dificuldade de negociar com seu parceiro o uso da camisinha; são dela todos os ônus de eventuais falhas de métodos contraceptivos; é dela a vida que mais muda com o nascimento de uma criança, muitas vezes, sem pai. Apenas uma coisa não é dela: o direito de escolher levar a cabo ou não uma gravidez.

Leia mais AQUI.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

Sobre moluscos e homens

Os ditos “programas” escolares se baseiam no pressuposto de que os conhecimentos podem ser aprendidos numa ordem lógica predeterminada. Ou seja: ignoram que a aprendizagem só acontece em resposta aos desafios vitais que estão acontecendo no momento ( insisto nessa expressão “no momento” – a vida só acontece “no momento” ) da vida do estudante. Isso explicaria o fracasso das nossas escolas. Explicaria também o sofrimento dos alunos. Explicaria a sua justa recusa em aprender. Explicaria sua alegria ao saber que a professora ficou doente e vai faltar... Recordo a denúncia de Bruno Bettelheim contra a escola: “Fui forçado (!) a estudar o que os professores haviam decidido o que eu deveria aprender – e aprender à sua maneira...” Não há pedagogia ou didática que seja capaz de dar vida a um conhecimento morto. Somente os necrófilos se excitam diante de cadáveres.

Trecho de um texto ótimo, comparando humanos a moluscos, que li AQUI.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Paper 2010-2

Cada semestre na minha faculdade nós temos que fazer um paper. Legal, eu até que gosto, e sempre tenho esperança de ser publicada. Ainda não fui, já foram 2 papers e ainda tem mais 4 até o final do curso, mas vamos em frente.

No primeiro semestre o tema foi Educação Jesuítica, tema que eu super-amei e fiz com o maior capricho do mundo. Semestre passado foi sobre Função Social da Escola, outro tema super interessante. Geralmente o tema já vinha pré-definido pela própria universidade (Uniasselvi). Esse semestre eles resolveram INOVAR e olha só: os monitores de cada turma iriam decidir os temas, dentro das disciplinas do semestre e sortear entre os grupos.

As disciplinas do semestre são:
- LIBRAS
- Literatura Infantil
- Temas Transversais
- Fundamentos da Linguística
- Metodologia e Conteúdos Básicos de História

Todas, a meu ver, disciplinas legais. Mas a monitora da minha turma, obviamente influenciada pelas suas preferências pessoais, resolveu escolher DIVERSOS temas da mesma matéria: Literatura Infantil. E adivinha qual tema eu tive o prazer de receber? Parlendas, lendas e contos na educação infantil: uma aula diferente.

Pode?

Eu estou tão mas tão furiosa com isso!!! De ZILHÕES de temas diferentes, ela bem que poderia ter escolhido uns 3 ou 4 de cada disciplina e deixar os alunos escolherem pelo menos a disciplina e daí sortearem o seu tema ao invés de dar uma dessa. Mas tá. Tenho 4 meses pra fazer essa joça. E boa sorte pra mim.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ken Lee

O minha gente... Tem uma escolinha de inglês em cada esquina... Vamo lá né, bora aprender um pouco antes de pagar mico...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sobre a reprovação

Eu tenho motivos teóricos bonitos para ser contra a reprovação, mas hoje quero falar apenas sobre as razões PRÁTICAS, dentro do sistema educacional falido que temos atualmente.

O aluno reprovou provavelmente porque não quer saber da escola. Pois os que têm um mínimo de interesse geralmente são passados por Conselho de Classe. Conselho de Classe é aquele momento em que os professores se reúnem para crucificar os alunos, discutem a situação de um por um e decidem se dão uns pontos a mais para ele passar ou não. É também o momento em que o professor de inglês é MAIS inútil, pois afinal de contas não se reprova em inglês, então a gente só vai lá como figurante, sem poder de decisão algum sobre qualquer coisa que seja. É basicamente a reunião mais chata do mundo, sempre a mesma coisa, os mesmos adjetivos, as mesmas queixas sobre os mesmos alunos. Ninguém discute o que fazer, ninguém sugere o que fazer, todos apenas lamentando que a juventude está perdida, e a família está falida e o Fulano não tem jeito.

Então, voltando ao Fulano que reprovou por estar cagando e andando pra escola.

Você acha mesmo, MESMO, que essa criança vai aprender nesse ano a mais na mesma série? Newsflash: NÃO VAI!!! Essa repetência não só NÃO vai suprir a defasagem dele como ele ainda vai puxar todos os alunos para trás. Pois se tem uma coisa que eu aprendi em treinamentos para lecionar inglês é o seguinte: nunca coloque em duplas um aluno muito bom com um aluno muito ruim. É ingenuidade achar que o bom vai ensinar alguma coisa para o ruim. É o contrário, o ruim puxa o bom para trás. E eu precisei repetir muitas vezes esse erro até descobrir que, realmente, um aluno que tem muita dificuldade puxa toda a sala para trás. Te juro, nem precisa testar.

E eu vejo isso nitidamente nas minhas turmas na escola estadual. Os repetentes puxam a sala toda para trás. Com bagunça mesmo. Eles estão putos por estarem ali, estão com vergonha por serem os mais velhos, como alguém pode achar que isso vai ajudar alguém a aprender?

Tem um pequeno probleminha com os adolescentes: eles não conseguem pensar a longo prazo. É assim mesmo, comprovado. Então, não adianta falar pra um teen incorrigível: Zequinha, você precisa aprender inglês, pq hj em dia o mercado de trabalho EXIGE que se saiba uma segunda língua. Ele não consegue, mesmo. Ele não tá nem aí pro tal do mercado de trabalho. É tão longe da realidade dele! E os professores insistem em usar esse argumento - até eu, que não tenho nadinha de perfeita. Mas não adianta.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) concluiu que, a longo prazo, os alunos aprovados aprendem mais do que aqueles que foram reprovados. Em outras palavras, refazer um ano escolar não é garantia de aprendizado adequado.

Eu acho que a pior parte da reprovação é a humilhação e o dano na auto-estima da criança. Considero esse o principal fator de eles simplesmente não aprenderem nada no ano repetido. E isso deixa eles com raiva. E acaba reforçando a vontade deles de expressar que não estão nem aí mesmo. Sabe como é, eu reprovei quase de propósito, pq eu não to nem aí pra isso tudo! Até eu faria isso, acho - pq sou orgulhosinha pra xuxu. Porque fazer de conta que está tudo bem, que era isso mesmo que eu queria (reprovar) ou que eu simplesmente não me importo é BEM melhor do que demonstrar que eu tentei e falhei - que eu sou um fracassado e incompetente.

Como a possibilidade de se criar uma turma especial para reprovados, onde eles não precisam passar essa imagem de indiferente para ninguém, é totalmente fora de cogitação, acho que simplesmente não se deveria reprovar e pronto. E o pior é que isso funcionaria melhor!!! Quer ver?

Levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2007 mostra que países que baniram a repetência – como Noruega e Suécia – se encontram em situação melhor nos rankings internacionais de educação do que aqueles que a permitem.

Alguns dizem que isso tiraria totalmente a motivação dos alunos para estudar de uma vez, pois aqueles que estudam mais para ser aprovados simplesmente deixariam de estudar. Mas eu AINDA acho que no final das contas, fazendo a média, o resultado seria melhor, porque uma aula com 3 ou 4 alunos reprovados em sala é quase impossível de ser produtiva. Verdade.

Tirei os dados daqui.

sábado, 7 de agosto de 2010

Noam Chomski

Li uma entrevista enoooorme do Noam Chomski aqui e ela é todinha interessante demais... Vou colar a minha parte preferida:

O sr. acha que a Acção Afirmativa acaba aprofundando as divergências entre as raças. Será essa discriminação positiva um paliativo ou uma política necessária? O facto de grupos preservarem suas culturas divide a sociedade em compartimentos?

Noam Chomsky - Como com a tecnologia, depende também de como é feito. A Ação Afirmativa, se ela é usada para compensar os efeitos perversos da discriminação do passado, no caso das mulheres e das minorias, é uma coisa boa. Mas claro que ela será usada por demagogos para insuflar o ódio racial e o ódio às mulheres. Esse é seu trabalho, e seu trabalho é controlar as pessoas quando elas se odeiam e se temem.

Isso tem que acontecer? Não. Eu voltei recentemente da Índia onde eles têm um programa forte de Ação Afirmativa que parece estar funcionando muito bem. E é uma sociedade muito mais pobre. Eu acho que aqui funcionou muito bem, mas agora está sendo usada como parte da técnica de controle social.

Desde 1980, a força de trabalho não especializada, que constitui 70% da força de trabalho — a maioria de brancos - vem assistindo à redução de seus salários em quase 20%. Eles tem muito com que se preocupar.

Então se você os quer controlar e se assegurar de que eles não vão cobrar das pessoas responsáveis por isto, você insufla neles o medo e o ódio. Você os faz odiaram outras pessoas. Culparem o programa de bem estar social para os negros. Qualquer coisa, desde que não prestem atenção ao que está a acontecer.

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Makes you think, huh?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Patita e Crocat

O Casal 20...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Cultura surda?

Mais um pecado da minha apostila...
Páginas e mais páginas falando sobre multiculturalismo e da importância de não considerarmos a cultura surda como uma subcultura, e da dificuldade que os ouvintes têm em admitir que os surdos tem processos culturais específicos...

Mas...
Exatamente o que é a cultura surda? Alguém sabe? Alguém mais ou menos me explica ou dá um exemplo?

Porque eu fiquei curiosa, se a cultura surda existe assim como a "minha", entretanto é totalmente diversa e deve ser respeitada, o que exatamente eu devo respeitar? Quais as diferenças, semelhanças e particularidades?

Vambora assistir o DVD e aprender os sinais aleatórios...

domingo, 1 de agosto de 2010

Sobre LIBRAS

Eu estava tão mas tão feliz que ia finalmente aprender LIBRAS!
E agora a disciplina já está acabando (acaba amanhã) e eu - há - não aprendi lhufas. Nada. Zica. Nécas. Apenas revi o alfabeto manual, que eu já sabia desde criança, graças à Xuxa! Quem diria que a Xuxa me ia servir pra alguma coisa!

E é fogo, porque eu queria mesmo aprender pelo menos alguma coisinha... Tenho uma aluna da 6a série que é surda*, e eu tava toda boba que ia conseguir me comunicar com ela, mas pelo jeito não vai ser agora.

A apostila se perdeu em explicações gramaticais, em regras de transcrição, em vocabulário isolado... Algo parecido com o que acontece com o ensino de inglês na escola, lembra? Pois é... E daí que eu decorei um monte de regrinha boba do que vem no começo e o que vem no final da frase, mas não sei "falar" nenhuma frase.

Uma coisa que achei interessante é que a Língua de Sinais teoricamente tem que ser a primeira língua (L1) do surdo. E o português deve ser aprendido como segunda língua, que nem a gente aprende o inglês/espanhol/alemão. E a escola teoricamente deve oferecer aula de português como SEGUNDA LÍNGUA para alunos surdos. Mas, claro, não oferece, assim como a minha aluna surda não tem um intérprete de LIBRAS em sala como deveria. É por isso que, por lei, todos os cursos de Licenciatura tem que ter LIBRAS na grade curricular. E têm. Só que não ensina. E então pra quê né?

* não se usa mais o termo deficiente auditivo. E eu até ontem achando que estava sendo a mais politicamente correta falando sempre assim... Surdo é surdo. Cego é cego. Pronto. Simples assim.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Uninspired

Tá TÃO difícil achar tempo e assunto para escrever aqui...
Mas eu voltarei!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sobre a culpa das mulheres

Eu estava pensando em escrever um post sobre esse assunto. Mas acabei encontrando as palavras perfeitas aqui, e reproduzo abaixo..

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O que me deixa realmente enojada nesses episódios de violência contra mulheres é a maneira como, por uma manobra sutil, consegue-se tornar a vítima, culpada. É incrível como esse é um processo que já se naturalizou na nossa linguagem e, consequentemente, no nosso comportamento. Foram incontáveis as vezes em que ouvi essa semana, a respeito do caso Bruno: “O que ele fez não se justifica, mas ela também…” Hoje na academia meu sangue subiu e minha voz soou um tanto quanto irritada enquanto eu rebatia uma observação de uma das professoras a esse respeito, ao mesmo tempo em que piadinhas machistas pipocavam aqui e ali. E, vejam vocês, é uma academia só para mulheres. Incrível como não se consegue ver o óbvio. Vivemos numa sociedade machista e opressora e compramos e ratificamos todo santo dia o discurso que nos mantêm cativas. Não estou falando aqui de guerrinha de sexos, essa coisa caricata, infantil e ridícula, a qual também só faz alimentar essa situação.

O caso aqui é perguntar a respeito da tal frase que citei acima: ‘mas ela também’ o quê? E olha que eu perguntaria olhando a pessoa que emitiu a frase infeliz dando uma boa encarada, se pudesse. Porque essa é uma ‘colocação’ totalmente absurda e descabida. Não existe essa brecha. Essa fresta por onde se pode encontrar justificativa para qualquer barbaridade que se cometa contra uma mulher. Claro que violência é ruim por si só. Mas aqui o que está em pauta é um tipo de violência com um vetor específico, motivada por convicções que estão disseminadas nas cabecinhas das pessoas e que passam por naturais. A isso damos o nome de senso comum. Ocorre que ‘natural’ é um adjetivo totalmente falacioso. A partir do momento em que adentramos o reino da linguagem – isso em idade muito tenra – perdemos para sempre esse possível acesso ao mundo ‘natural’. O que temos é construído pela linguagem. E, muitas vezes, é essa mesma linguagem que nos impede de enxergar um dado estado de coisas. Como diz Wittgenstein [sempre ele]:

Donde vem isto? A idéia está colocada, por assim dizer, como óculos sobre o nosso nariz, e o que vemos, vêmo-lo através deles. Não nos ocorre tirá-los.

Investigações Filosóficas, §103

Reproduzimos as ideias que recebemos sem questioná-las, sem perguntar de onde elas vêm e a quem elas servem e como produto final temos isso: homens e mulheres que acham justo uma mulher ser violentada se a mesma estava usando uma roupa ‘provocante’, afinal, ‘ela pediu’. Toda uma sociedade que até acha errado que Elisa tenha sido morta com requintes de crueldade, mas que sempre se apressará em lembrar que ela era uma ‘Maria Chuteira’, que fazia filmes pornô, que era uma piranha [coisas que eu ouvi hoje, durante a malhação]. O que, no final das contas, reforça a ideia de que, se ela não tivesse ido lá,se ela não tivesse procurado… Ou seja. Elisa é a culpada da própria morte. O Bruno pode ter sido o mandante, mas, no fundo, a culpada é ela. Parece tão lógico a essas pessoas esse tipo de ‘raciocínio’.

O mesmo raciocínio que induz um delegado a dizer que, se uma moça estava desacordada, ele não pode afirmar que houve estupro – ainda que haja marcas de violência nos genitais, presença de esperma e – mais importante – o próprio depoimento da vítima. Isso, infelizmente, não é ficção. Aconteceu em Santa Catarina envolvendo jovens de 14 anos. Já posso imaginar quando o caso ganhar a grande imprensa: “Ah, mas o que uma mocinha fazia na casa de rapazes sozinha? Quem mandou ela se encher de vodca? Moças ‘direitas’ não fazem isso. Ela procurou!!!”. Quem viver, verá.

Idem no caso daquela turba enfurecida, na ocasião do quase linchamento da moça do vestido, lá na Uniban. Existem regras não escritas que as mulheres mandatoriamente têm que seguir. Do contrário, encontrarão o desprezo, o xingamento e pior: violência e morte. O corpo da mulher não pertence a ela – segundo esse mesmo pensamento. Pertence ao grupo social, ao macho que lhe ‘tomou’ por esposa, antes disso ao pai, aos irmãos a qualquer um, menos ela. Ela que experiemente querer viver sua vida como lhe aprouver, ela que ouse ser livre, que declare gostar de sexo, imagine. Quer dizer, declarar até pode, mas espere pelo pior. E não pensem que esse cenário – que mais lembra o Taliban – é comum apenas em lugares distantes dos grandes centros.

Sei que muitos podem evocar o caráter dessas mulheres como ‘justificativa’, ‘atenuante’ das barbaridades ou - como num espelho do mundo natural – um elo que une causa e consequência. ‘Elas não são flor-que-se-cheire’. Ocorre que não se desmontam preconceitos discutindo casos individuais. Não se desarticula uma situação de dominação evocando falhas de caráter. Como eu li outro dia no Twitter, direitos são direitos. Não se plesbicitam direitos, não se questiona se devem ser aplicados a A, B ou C. Direitos são para todos, indiscriminadamente. O que temos a fazer é validá-los, exigi-los, se esse for o caso. As ‘Marias-Chuteira’, ‘Marias-Gasolina’, ou seja lá que outro epíteto lamentável venham os homens a inventar, não são menos merecedoras dos direitos que qualquer ‘dona de casa honesta e mãe de família’. É preciso brigar por essa ideia todo santo dia.

Eu tenho um filho de 19 anos. E ensinei a ele que machismo é uma coisa errada. Ensinei a ele como detectar isso no comportamento dele e das pessoas que o rodeiam – porque muitas vezes são coisas bem sutis. Sempre disse a ele que não se resolve nada com violência e que – NÃO! – não está tudo bem bater numa mulher se você se desentende com ela. Isso não é aceitável, isso é errado. Bati nessa tecla e insisto até hoje em discutir com ele os casos que aparecem na mídia. Sempre acreditei que assim estaria criando um ser humano mais justo. Mais sensível ao sofrimento alheio. Mas acho que isso apenas é pouco. É preciso berrar, espernear, denunciar.

O caso Bruno me preocupa sim. Eu educo gente, eu sou responsável pela formação intelectual de gente que está começando a viver. Seria irresponsável da minha parte se eu simplesmente me recusasse a pensar sobre esse e tantos outros episódios violentos que têm acontecido ultimamente. Não sei como concluir esse texto. Acho que me perdi. Ou, de fato, não há conclusão a ser feita, a não ser de que, como grupo, estamos bem mal. Machismo é uma praga. E não me ocorre outra coisa que possa ser feita para combatê-lo a não ser, nos mantermos alertas. E falar; falar muito.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Aulas na rede estadual

Quando eu anunciei que estaria voltando para a sala de aula regular, mencionei 3 grandes problemas que o ensino de inglês enfrenta nas escolas, e enquanto divagava sobre um deles, falei:

Os alunos hoje em dia estão tão moldados para trabalhar somente sob terror que, se não tiver o professor-assustador olhando por cima do ombro deles, eles não fazem. É verdade.

Olha, se eu soubesse o quanto estava sendo profética...
Essa minha "nova" experiência ainda vai render muitos posts, comentários e tweets, mas eu só queria falar que realmente hoje é assim que funciona o ensino MESMO. Pelo que vi, todos os professores, de todas as disciplinas e todas as turmas só conseguem trabalhar com ameaças. Botar pra fora da sala, mandar pra diretoria, suspensão e dependendo do número de suspensões, o caso é mandado pro Conselho Tutelar.

Por sorte 99% dos pais ali na escola onde estou ainda é um pouco rígido, então os alunos tem algum medo. Mas fico pensando como é que se trabalha em escolas onde os pais já não tem mais o respeito dos filhos.

É triste e é muito frustrante vc aprender uma coisa na teoria (e achar tudo lindo) e ver que é impossível aplicá-la na prática. Pelo menos eu, sozinha, estou de mãos atadas.

Eu sou contra ameaçar, sou contra botar pra fora da sala, sou contra um milhão de coisas que me vejo obrigada a fazer no meu dia a dia. Na 5a série, os alunos "comportados" pediam pelo amor de Deus pra eu pegar logo a régua de madeira e começar a bater na mesa, pois quando os outros professores fazem isso, os alunos ficam quietos na hora. Mas eu ABOMINO essa idéia. Cara... Pegar uma régua de madeira e ficar batendo na mesa feito uma histérica? Sério? Não fiz. Resultado: foram 4 aulas onde eu não consegui dar aula. Não quis botar pra fora, não quis usar a régua, não quis mandar pra diretoria. Queria vencer no bom senso, uma hora eles iam ter que "se ligar" e olhar pra mim. Quatro aulas. Quatro aulas que eles NÃO se ligaram NEM olharam pra mim.

E eu quero ensinar. Eu amo ensinar. Eu só sei fazer isso e é só isso que eu quero fazer. E, po, EU QUERO! Nem que seja só praqueles 5 ali na frente que querem aprender, mas eu quero ensinar! E cheguei a conclusão que esses meus objetivos utópicos de despertar o bom senso neles estavam na verdade prejudicando esses 5 que ficaram olhando pra mim com aquelas carinhas de quem quer ouvir o que eu tenho pra falar!

E resolvi priorizar esses 5, numa atitude que eu também repudio. Não gosto de privilegiar ninguém e não gosto de ignorar ninguém e muito menos de deixar alguém pra trás. Mas eu não vi outra saída.

Daí começou o terror. Só que nem dava pra colocar ninguém pra fora, pois era um BOLO de bagunça tão grande que eu não conseguia pinçar um lá no meio pra fazer de exemplo. Ou mandava todo mundo pra fora, ou ninguém. A coordenadora vinha a cada 10 minutos olhar e perguntar se estava tudo bem e ameaçar suspensão. Até que um finalmente foi suspenso, quando disse que ia sair da sala e que "não tem homem nessa escola pra me colocar aqui dentro de novo". Dois dias em casa. E na última aula a diretora ficou em sala comigo, sentada lá atrás, tb ameaçando suspender o primeiro que abrisse a boca indevidamente.

Me senti frustrada e feliz ao mesmo tempo. Frustrada porque não quero ensinar desse jeito. Odeio essa política do terror. Mas feliz porque ensinei!!! E eles escutaram, e anotaram, e fizeram as atividades e aprenderam.

Mas, professor que porventura me lê, ensino é isso hoje em dia? Por livre e espontânea vontade eles não querem mesmo?

E por favor, não critique a minha incompetência se você nunca esteve em sala de aula. Se eu lesse esse meu post há 1 mês atrás, tb pensaria: mas que pamonha, ela está fazendo tudo errado! Até ver que educação na prática não é tão simples e tão bonita quanto pintam em livros.