quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Túnel do Tempo: Somos selvagens

Esse post veio numa fase beeeem pessimista, como você vai ver adiante. Fase essa que, para mim, se repete constantemente, num ciclo. Hoje acho que estou nesse clima novamente. Datado de 05 de julho de 2004.

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Algumas pessoas podem ser mais selvagens que animais selvagens. Em todo e qualquer sentido. Podem sim, por que não? Só porque animais selvagens matam suas presas e comem sua carniça sem se importar com o que acontece à sua volta? Só pq se deliciam com banquetes de filhotes indefesos?

Eu posso nomear milhões de situações em que a mesma coisa aconteceu entre seres humanos. Posso contar minhas histórias pessoais em que pessoas sem o menor escrúpulo pisaram sobre o meu crânio e dilaceraram a minha alma, restando apenas trapos, restos, carniça. E outros que vieram depois, urubus emocionais, para acabar de uma vez com as sobras.

Posso falar também de todas as vezes em que eu mesma fui a carniceira, em que para satisfazer o meu ego ou maquiar a minha carência, arranquei as vísceras de quem estava por perto e manchei meu rosto com sangue das emoções alheias.

Todos nós por alguma razão em algum momento esquecemos um pouco que temos a capacidade de ponderar e discernir para cairmos na vala comum do animal irracional. Para nos comportarmos instintivamente e inconseqüentemente.

É a lei da selva, ainda hoje, aplicada ao nosso dia-a-dia tão polido. E pensamos que estamos cada vez mais evoluídos, mais humanos. Nada. Isso não muda. Só que hoje, ao invés de comermos um pedaço de carne e roermos um fêmur de sobremesa, nosso banquete é de emoções. Quantos corações podemos destroçar, quantas auto-estimas podemos arrasar, quantas amizades podemos trair.

Quando eu crescer, quero aprender a ser mais humana e menos bicho.

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