sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Homeschooling

Uwe Romeike, um professor de piano, e a sua mulher, Hannelore, evangélicos devotos, decidiram retirar os seus filhos da escola estatal em que estavam inscritos em Bissingen (estado de Baden-Württemberg, sudoeste da Alemanha), em 2006, alegando que o currículo era anti-cristão. De acordo com o casal, os manuais escolares dos seus filhos apresentavam ideias e linguagem que entravam em conflito com as suas crenças religiosas, incluindo termos em calão para definir actos sexuais e imagens de vampiros e bruxas. Quando o filho mais velho começou a andar à pancada com os colegas e a filha mais velha começou a ter dificuldades em estudar, os Romeike decidiram que já bastava. Tiraram-nos da escola pública e deram início à escola caseira.

"É importante os pais terem a liberdade de poder escolher a forma como os seus filhos são ensinados", indicou Hannelore Romeike à Associated Press.

"Nos últimos 10 a 20 anos o currículo educativo nas escolas públicas tem sido cada vez mais contrário aos valores cristãos", acrescentou Hannelore. "Nós comunicamos os nossos valores, os professores comunicam os deles; e se as crianças estão na escola, nós não podemos influenciar aquilo que eles aprendem".

Ter ou não ter direito a doutrinar os filhos

A par com milhares de vítimas de tortura, dissidentes políticos, membros de minorias religiosas e outros grupos perseguidos que, todos os anos, conseguem asilo político nos Estados Unidos, a família Romeike poderá agora trabalhar e viver legalmente no país. Apesar de ser o primeiro caso do género no país - de asilo por questões educativas -, ele não abre um precedente nas leis nacionais. Isso só acontecerá se o governo americano apelar desta decisão e um tribunal de segunda instância confirmar o veredicto.

"Estas pessoas que ensinam os filhos em casa, na Alemanha, fazem parte de um 'grupo social particular' e, ao abrigo das leis de asilo norte-americanas, esses grupos são protegidos", indicou o advogado de defesa da família e representante da Associação evangélica Home School Legal Defence, Mike Connelly, citado pelo "The Guardian". "Este juiz olhou para as provas, ouviu os testemunhos e sentiu que a maneira como a Alemanha está a tratar as pessoas que optam por ensinar os seus filhos em casa está errada. Os direitos que estavam a ser violados eram direitos humanos básicos", disse.

Hans Bruegelmann, um professor de pedagogia da Universidade de Siegen, discorda. Contactado pela estação "Deutsche Welle", Bruegelmann esclareceu que o contacto com outras maneiras de viver e de pensar são fundamentais para o correcto desenvolvimento das crianças.

"Eles não deveriam ter o direito de doutrinar os seus filhos. É importante para as crianças - para além das experiências que têm em casa, que devem ser respeitadas - terem acesso a outras formas de entender o mundo", disse.

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Mas até onde eu sei, mesmo o homeschooling tem um currículo mínimo. Você não pode simplesmente estudar o que achar mais legal e pronto.
Bom, no caso deles, eles poderão ensinar CIÊNCIA COMO FICÇÃO e RELIGIÃO COMO FATO.

Não sei se concordo muito com homeschooling. Tenho medo do que muitos pais podem fazer com seus filhos.

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