domingo, 28 de fevereiro de 2010

Trechos - A Mística Feminina

Vai demorar para eu acabar de ler... Porque eu fico com sono e tal. Nem sei como posso ambicionar uma carreira acadêmica do jeito que eu NÃO consigo ler. Mas tô lendo. Devagar e sempre :)

E abaixo, meus trechos preferidos de hoje:

* Tornou-se moda nos últimos anos rir do feminismo, considerando-o uma das piadas da história, e caçoar daquelas mulheres ridículas que lutavam pelos direitos de seu sexo a uma educação superior, ao voto e à vida profissional. Eram vítimas neuróticas da inveja do pênis, querendo ser iguais ao homem, é o que agora se diz. Na luta pelo direito de participar de tarefas importantes e tomar decisões na sociedade ao mesmo nível que seu companheiro, elas negavam a própria natureza feminina, que só encontra a sua realização através da passividade sexual, da aceitação do domínio masculino e da maternidade.

* As feministas foram pioneiras na própria vanguarda da evolução feminina. Precisam provar que a mulher era humana. Precisavam despedaçar, com violência se necessário, a estatueta de porcelana que representava a mulher ideal do século passado. Precisavam provar que ela não era um espelho vazio, passivo, uma decoração inútil, um animal sem inteligência, um objeto a ser usado, incapaz de interferir no próprio destino, antes de começarem a combater pelo direito de igualdade com o homem.

* A mulher só tinha uma função: agradar o homem. Era totalmente dependente de sua proteção num universo que não ajudara a criar. Era incapaz, portanto, de formular a simples interrogação humana: «Quem sou eu? Que desejo?»

* Mesmo que o homem a amasse como a uma criança, uma boneca, um objeto, que lhe desse rubis, cetins, veludos, que a agasalhasse em sua casa e a protegesse como aos filhos, não ansiaria a mulher por algo mais?

* Por estranha perversão da história, acredita-se que o entusiasmo e o ímpeto do movimento feminista nasceram do ódio ao homem, nutrido por solteironas amargas, esfomeadas de sexo, castradoras, assexuadas, que se consumiam em inveja tão profunda do órgão masculino que desejavam arrebatá-lo, destruí-lo, exigindo direitos apenas porque não tinham capacidade de amar como mulher.

* «A mulher precisa não de agir ou dominar como mulher», disse Margaret Fuller, «e sim de uma natureza para evoluir, um intelecto para discernir, uma alma para viver livremente, e a possibilidade de desenvolver sua potencialidade».

* Somente o homem tinha o direito de voto, a liberdade para traçar as grandes decisões da sociedade. Somente o homem era livre para amar, regozijar-se no amor e decidir sozinho, aos olhos de Deus, que era certo ou errado. Desejaria a mulher essa liberdade por querer ser homem? Ou por ser também humana?

* Feminismo não foi um mau gracejo. A revolução feminista precisava ser empreendida porque a mulher ficou simplesmente detida num estágio de evolução muito aquém de sua capacidade humana. «A função doméstica da mulher não esgota as suas potencialidades», pregava o Rev. Theodore Parker em Boston, em 1853. «Obrigar metade da raça humana a esgotar suas energias unicamente nas funções de governanta, esposa e mãe é um monstruoso desperdício do mais precioso material criado por Deus».

* O mito de que as feministas eram «monstros antinaturais» baseava-se na crença de que destruir a submissão da mulher, ordenada por Deus, seria destruir o lar e escravizar os homens. Tais mitos surgem em todas as revoluções que fazem progredir uma parcela da família humana no sentido da igualdade. Sejam as feministas representadas como seres desumanos, furiosas devoradoras de homens, ofensoras de Deus, ou nos termos modernos como pervertidas sexuais, não diferem nisso do estereótipo do membro de sindicato anarquista, ou do negro encarado como animal primitivo.

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