domingo, 14 de fevereiro de 2010

Mais um da Mary W.

* A discussão sobre homofobia, então, ganhou o contorno mais preconceituoso do mundo. Quando dizem que deveria existir uma camiseta 100% branco. Mesma lógica. Começaram a dizer que o Dourado era vítima de heterofobia. Olha. Essa palavra é tão cruel que eu queria passar o programa todo sem tocar nela. É preciso que alguém seja um autêntico canalha para usá-la. É preciso que a pessoa nunca tenha lido uma droga de um livro de sociologia ou filosofia. É preciso que o significado do conceito de relativização seja completamente ignorado.

* Não existe heterofobia porque nós vivemos num mundo heterocentrado. Todos os valores e fundamentos tentam reforçar, pra todos nós, a sacralidade do casal heterossexual. Não existe vida fora da heterossexualidade. Um hetero não corre o risco de perder o emprego por conta de orientação. Um hetero não tem que esconder desejos, sentimentos e relacionamentos. Não existe um ambiente hostil para a heterossexualidade. Não existe a zombaria e os olhares. As piadas e insinuações.

* Quando uma colega sua é zoada na base do será que ela é? a resposta vem rápida "tá me estranhando", "deus me livre", "credo". Quantos "credo" um gay escuta por dia em referência à orientação sexual? "Que desperdício fulana ser lésbica".

* Homofobia não é apenas atacar gay. É preciso ser um completo tapado pra não perceber as camadas do preconceito e quando ele é sutil. Como o Dourado não bateu no Dicésar, ele não é homofóbico. Faça-me o favor. A negação da nossa subcultura é homofobia. Você não tem espaço no meu mundo e eu odeio o mundo que você construiu.

O texto completo, aqui.

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