sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Melhores momentos: Websites dedicados ao chamado ‘orgulho carnívoro’

O artigo completo está aqui.

Você sabe por que surgiram esses websites de orgulho carnívoro?
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Contra o que eles estão lutando exatamente? Colocado de maneira simples, eles estão resistindo ao desvelamento da verdade. Como no caso de todos os movimentos de justiça social, quando o aspecto econômico e a identidade daqueles que fazem de tudo para defender o status quo são desafiados, surge um instinto para defender suas posições de conforto. Algo no tom desses websites me diz que eles são feitos especificamente para chatear os vegetarianos.

Aqueles que comem carne frequentemente acusam os vegetarianos de se sentir 'moralmente superiores'. Referem-se a nós como se estivéssemos seguros de nossa moralidade mais elevada, o que em outras palavras quer dizer que nós temos uma certeza infundada de que estamos certos. Eu não sei quantas vezes eu disse para essas pessoas que essa moralidade superior não tem nada a ver comigo. Na verdade, ela tem tudo a ver com o respeito por outros indivíduos, cujo desejo de viver, cujas tentativas de escapar e sinais inconfundíveis de sofrimento me colocam em uma posição de respeito por sua validade como indivíduos com inteligência, interesses, emoções complexas e comportamentos sociais coerentes com um sistema de ética maior.

Incoerência (e uma defesa desafiadora dessas incoerências morais dentro de um contexto ético maior) é a marca dessas posições do orgulho carnívoro. Nós dizemos: "Se você não come o cachorro da família, então por que comer um porco?" Eles dizem, "Não há problema algum que eu seja incoerente moralmente porque a vida gira em torno de mim e meus desejos, não em torno dos interesses dos porcos ou até mesmo dos cães", ou simplesmente, "porque o sabor é bom".

O termo 'carnívoro' é reservado para aqueles organismos que não consomem nada além de carne e órgãos crus. Os humanos são escarvadores oportunistas, desenhados fisiologicamente como onívoros que podem sobreviver e até mesmo se manter saudáveis comendo o que estiver disponível. Para um humano se chamar de carnívoro, ele quer dizer que ele não come quase nada vegetal, e que ele compartilha as características de outros carnívoros (trato intestinal curto, equipamento biológico para desmantelar órgãos animais crus). (...) A verdade é que, como onívoros, nós podemos escolher o que comer e aí reside a controvérsia. (...)

Tudo isso tem mais a ver com a identidade de ser um 'homem' do que qualquer outra coisa. Como eu sublinhei recentemente em uma carta ao New York Times, a identidade limitada e sufocante do que constitui masculinidade está inseparavelmente ligada à obtenção e consumo de carne. Logo, abandonar a carne significa abandonar a própria masculinidade e orgulho. (...)

O surgimento desse super-orgulho carnívoro dentro de um contexto de uma cultura onde já predomina tal orgulho é evidência que a verdade e a realidade do que acontece com muitos animais explorados por sua carne e funções está sendo exposta. Eles estão na defensiva, e por uma boa razão: é difícil escapar da verdade.

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