sábado, 30 de janeiro de 2010

Pesquisa associa estresse infantil ao dos pais

Adultos que apresentam sintomas da síndrome de Burnout demonstram essa desilusão em casa

Estresse é contagiante. Isso é o que diz uma pesquisa finlandesa realizada com 500 adolescentes, que aponta que crianças podem sofrer de esgotamento emocional se os pais são estressados no trabalho.

Segundo o levantamento, adultos que apresentam sintomas da síndrome de Burnout (do inglês, queimado, que indica estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional) demonstram esse sentimento de desilusão em casa, o que incentivaria os filhos a perder interesse pela vida escolar, atrapalhando o desempenho.

O estresse dos pais pode provocar sentimentos como sensação de não estar a altura dos colegas de classe, duvidar do valor da educação formal e das formas de avaliação e mostrar sinais de exaustão. Segundo os autores da pesquisa, da Academy of Finland, publicada no Journal of Developmental Psychology, a recessão agravou esse quadro em muitas famílias.

O estudo foi realizado a partir de respostas dadas pelos pais e filhos sobre freqüência e situações em que se sentiram emocional e fisicamente abalados. Segundo os pesquisadores, foi fácil estabelecer uma relação, pois ambos descreveram sintomas parecidos. "O pai de mesmo gênero que o filho serve como modelo para desenvolvimento desse padrão de comportamento", disse a professora Katariina Salmela-Aro à publicação européia.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Túnel do tempo: Presa em Blumenau

Esse post eu publiquei em 01 de agosto de 2004, logo depois de o meu visto para os Estados Unidos ter sido negado. Sim, meu sonho como toda professora de inglês era passar pelo menos um ano nos EUA, aperfeiçoando o idioma e vivenciando a cultura americana.

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Raindrops, tears are falling, catch me now I’m falling in your arms, I’m home again… Together forever…

É, e então a minha viagem a São Paulo deu esse resultado. Estou presa aqui, para sempre, porque sou professora e professores ganham pouco, logo, não tenho condições financeiras para me manter nos Estados Unidos.
Muitas pessoas podem torcer por mim e eu amo isso, e podem me dizer que eu dei azar caindo com a pessoa errada no Consulado [maldita crespa nojenta] e tenho que tentar de novo. Amei todas as pessoas que disseram que Blumenau era pequena para mim, e que eu me daria muito bem lá fora.

Amei o apoio recebido, o carinho, as lágrimas (quase) derramadas, os planos, amei procurar na net coisas que eu pretendia comprar durante a minha estada e temporária riqueza, amei sonhar e querer passar 1 ano diferente.

Sei também que todo mundo continua torcendo por mim, desejando que eu tente novamente e que dessa vez dê certo. Mas, honestamente? Não sei se quero tentar de novo. A situação que eu passei apenas nessa tentativa foi estressante demais, foi humilhante demais, e foi frustrante demais. Fui tratada muito mal, pelos funcionários do Consulado que me mandaram arregaçar as calças para ver se eu não estava carregando alguma arma no meu sapato e principalmente por mim mesma, exigindo de mim que correspondesse às expectativas dos outros, e realizasse os sonhos dos outros.

Não quero me vitimizar e dizer que me dispus a tudo isso por culpa dos que me cercam. Mas de certa forma achei que seria legal, achei que combinava comigo, achei que seria feliz porque todo mundo sempre me disse que isso sim era a minha cara.
E talvez eu fosse ser feliz.

Mas, depois de sair do Consulado, desolada e inconformada com o resultado depois de tanto tempo e dinheiro investidos, eu tive que encontrar alguma forma de me consolar. E encontrei: meu visto não foi aprovado pois não era o momento. Não era para ser, ponto. Não era o momento.
Agora, já, eu creio que era o momento sim, eu estava toda empolgada e a situação era propícia, e cômoda. Mas só daqui a alguns anos eu vou poder entender mesmo a conspiração do universo contra essa viagem. Simplesmente não era para eu ir.

O que me faz refletir, novamente, a respeito do nosso conceito de felicidade, e do conceito que eu criei para a minha felicidade. Poder possuir todos os itens da minha wishlist seria ótimo, e isso me deixaria feliz durante algumas semanas. Mas sei lá...

A gente sempre pensa que só vai ser feliz dentro de uma mansão com um carro importado, e estabelece um padrão inatingível de felicidade. Na verdade, nesse instante, muito menos (financeiramente falando) está me fazendo feliz.

Quando eu escolhi a minha profissão, eu tive que aceitar que nunca serei milionária, a não ser por um golpe do destino. Tive que reconhecer que seria mais feliz sendo professora e ganhando aquela mixaria mensal do que sendo qualquer outra coisa, uma advogada, por exemplo, e ganhando tanto quanto a minha mãe.
Eu tive que aceitar que nunca vou conseguir manter o padrão de vida que tenho agora se tivesse que me virar sozinha, ou ter um filho, por exemplo. Tive que escolher entre realização profissional e financeira, e ainda acho que minha escolha foi acertada. Ainda amo estar em sala de aula, e cada vez me empolgo mais para aprender a ensinar (eu ainda sou muito amadora).

E nesse episódio é a mesma coisa. A gente olha com inveja (eu, especialmente) para todas aquelas pessoas que tiveram a oportunidade de fazer um intercâmbio, de viajar pelo mundo, de conhecer as pirâmides do Egito e pensa o quanto seríamos felizes se também tivéssemos aquele conhecimento e aquela cultura.
Daí olhamos para a dona de casa mediana , ou para o cara que trabalha das 5 à 1 na Círculo e pensa o quanto a existência deles é vazia de significado e o quanto NÃO desejamos aquilo para nós mesmos.

Das pessoas desses dois grupos, tenho que reconhecer que vi muito mais felicidade autêntica naqueles cujo estilo de vida desprezamos. Ignorance is bliss... Talvez essa seja a explicação. Mas todas as pessoas realmente cultas que eu conheci e invejei eram inexplicavelmente infelizes. Sozinhas.
Talvez de tanto conhecimento elas se viram sem alguém equivalente para dividir, e acabaram assim. Sei lá. Só sei que...

Meu visto foi negado, eu passei uma barra lá na grande cidade, mas agora, eu não estou triste. Mania de Tipo 3, maquiar as derrotas transformando-as em vitórias? Ou estou realmente feliz? Estarei mentindo para mim?
Nessa corrida para aproveitar meus últimos momentos re-descobri coisas muito legais que perdi com o passar do tempo, re-conheci pessoas com quem perdi contato, re-visitei lugares que nunca mais havia ido. Descobri que quero uma certa pessoa menos do eu pensava e que sou capaz de querer muito mais outra pessoa.

Complexo? Para mim também.

domingo, 24 de janeiro de 2010

sábado, 23 de janeiro de 2010

Eba eba!

Saiu meu boletim finalmente!
Ié!

E eu tô toda boba, óbvio. Depois de 5 anos fora dos bancos escolares, voltar em grande estilo assim é pra deixar qualquer um bobo mesmo, liririiiii!!!


Não consigo fazer a figura dele ficar maiorzinha, então tá... Foi assim:

* Metodologia do Trabalho Acadêmico - 10,00
* História da Educação - 9,50
* Informática Básica e Tecnologias na Educação - 9,50
* Psicologia Geral e do Desenvolvimento - 9,50
* Didática e Avaliação - 10,00

Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Da Avaliação

Esse problema, entre conceitos e notas que falei em outro post, é simples.

Na verdade, os dois são exatamente iguais para mim, a grande diferença é o que se faz com eles.
Vieram com essa idéia de conceito para que a avaliação fosse mais subjetiva e menos traumática, para que os alunos não tivessem esse stress de "dia de prova", onde se estuda, estuda, estuda tudo que não estudou em 6 meses em apenas 1 dia para atingir uma média 7. No esquema de conceitos, a avaliação é contínua, acontece a cada aula, e para emitir o boletim faz-se uma média desses conceitos das aulas que aconteceram. Nesse caso, como não há provas todas as aulas, dar uma avaliação numérica geraria muitos desconfortos, como reclamações de "por que tirei 7 e não 7,5?" Explicar um Bom é bem mais fácil do que explicar um 7.

Mas, hoje, em muitas realidades e para muitos professores, a avaliação mesmo com conceitos tem a mesma função da numérica: punir os alunos. Puní-los por não ter estudado, por não ter aprendido.

E é aí que mora o perigo. Porque não é para ser assim.

Em uma outra escola em que trabalhei como coordenadora pedagógica, eu tinha instruções claras da rede para ser radical: aluno que não atinge a média - culpa do professor que não soube ensinar.

Hoje eu já vejo que tem muito aluno que realmente não quer aprender, e não levo mais as coisas tão a ferro e fogo. Mas não quer dizer que não seja verdade que a culpa do mau desempenho também é do professor. Eu vejo as avaliações dos meus alunos hoje como um avaliação do MEU desempenho* e não do deles. Com os resultados que eles mostram, eu percebo se consegui ou não motivá-los durante as aulas, se soube ou não incentivá-los a trazer as tarefas em dia, se fui capaz ou não de transmitir o conteúdo, se dei espaço suficiente para que tirassem suas dúvidas, se acompanhei o progresso deles de maneira eficaz. Afinal, se meu aluno foi pessimamente mal na prova final cujo tema gramatical era, por exemplo, Present Continuous, onde é que eu estive o semestre inteiro que não vi essa dificuldade dele e não trabalhei em cima dela??? A responsabilidade é minha! Afinal, não fui eu quem preenchi a avaliação contínua, aula a aula, verificando como ele estava nas quatro habilidades? E eu não vi que ele patinou nesse assunto?

O trabalho do professor mudou. Não é mais sentar, vomitar teoria do alto da sua sabedoria, sair da sala e cada um por si, nos vemos na prova. Bons tempos de pouca responsabilidade, né? Hoje você tem que começar uma unidade com uma avaliação diagnóstica. Tem que saber em que nível cada aluno está para saber o que vai ter que ensinar e que pontos terá que reforçar para que o desempenho seja satisfatório nessa nova unidade. Hoje você tem que deixar claro para o aluno quais os seus objetivos. O que você está fazendo e por que está fazendo dessa forma. O aluno tem que saber o que se espera dele, e o que exatamente você quer com as atividades que passa. E daí também tem que ter a avaliação contínua, essa mesmo dos conceitos, para acompanhar cada aluno individualmente e saber se o que você está fazendo realmente está surtindo efeito. Porque qualquer percalço significa uma mudança de estratégia, antes que seja tarde e se perca mais tempo ainda. E a avaliação final, com nota, é a última coisa, só para ter certeza que tá tudo bem. Porque, se você fez o diagnóstico e a avaliação contínua, você já sabia de antemão que estava tudo bem, e pôde recuperar o que não estava. Num esquema de avaliação como esse, não tem erro. Todo mundo aprende, e a avaliação final é uma mera documentação, só uma comprovação de que você é um ótimo professor.

Dá trabalho, eu sei que dá.
Mas tem jeito melhor?

* Essa auto-cobrança não vale para faltantes e alunos que não fazem tarefa. Esses não aprendem mesmo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sobre o que os alunos querem

Não importa a perfeição da gramática e da pronúncia, mas como os interlocutores usam o inglês para persuadir e convencer. Os professores precisam levar isso em conta.
David Graddol, autor do livro English Next

Ultimamente eu ando lendo muito isso. Que a culpa é dos professores. Que os professores exigem dos alunos uma precisão desnecessária.

Até acho que isso aconteça, por exemplo, na escola tradicional, nas aulas de inglês. Porque lá não dá pra aprender a falar inglês. Todo mundo sabe disso. O que resta aos professores de inglês é ensinar e cobrar gramática e vocabulário. OK. Mas acho que não era bem sobre esses professores que o David Graddol estava falando.

Não temos hoje nenhuma escola que ensine o inglês com o método medieval de Grammar Translation. Todas as escolas que conheço (e são as maiores e mais conceituadas) usam a abordagem comunicativa ou derivações inspiradas nela. E um dos pressupostos básicos da abordagem comunicativa é justamente priorizar a comunicação em detrimento à forma. Ou seja, bem o que ele disse: mais importante do que falar corretamente, é simplesmente FALAR, entender e se fazer entender. Todo professor que se preze sabe disso e tenta praticar isso em seu dia a dia.

Só que, se por um lado queremos que nosso aluno se preocupe mais com a sua habilidade oral do que com todo o resto, não é bem isso que ele quer. Ele quer falar direito e aprender correto. Por mais que eu explique aos meus alunos que a correção de erros não é benéfica, que o erro é parte do processo, etc etc etc, o meu aluno QUER SER CORRIGIDO TODA VEZ QUE COMETE UM ERRO. E como condenar essa vontade? Afinal, ele está pagando, para aprender direito, para fazer certo. Como fazê-los entender que não corrigindo seus erros, estou ajudando ele a fazer certo?

Eu também sou aluna e eu também quero ser corrigida sempre. E se o professor não me corrigir e por conta disso posteriormente eu descobrir que fiz alguma coisa errada, eu vou ficar furiosa com o meu professor sim!

Agora, os professores que ensinam a gramática e pronúncia corretas são tachados de irem contra o ensino!!! Vê se pode!

Esse processo de desprendimento, de fazer com que os alunos saiam dos seus padrões, larguem essa imagem de educação que aprenderam como certa durante a vida escolar inteira não é assim simples.

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Outro exemplo...
Nas escolas em que trabalhei, nunca usei notas (números). Sempre conceitos, sempre avaliações subjetivas. Para o aluno é complicado se adaptar a essa mudança e sentir que está tendo progresso real ao ver um "Bom" no boletim. A maioria quer uma média, um número, um certo ou errado para saber o que errou e como fazer certo. Eu entendo isso. E o pior é que, no final das contas, o conceito acaba sendo igualzinho a um valor numérico.

Eu, como aluna, jamais admitiria que, ao final do semestre, o professor dissesse: Olha, você teve um desempenho muito bom.
Como assim muito bom? E não foi excelente por que? Exatamente ONDE eu errei? E qual era o certo? ME DIZ!!!!!!

A avaliação por conceitos, apesar de ser considerada menos traumática, ainda está bem longe de representar algo que satisfaça nossos alunos.
E o foco exclusivo na habilidade comunicativa - avaliada por conceitos - ignorando habilidades objetivas como gramática e pronúncia - avaliada de maneira mais adequada por provas objetivas - também está bem longe de convencer alguém.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Estudar por conta própria ganha de estudar em sala de aula


Um estudo da Portland State University sobre alunos adultos que nunca de formaram no Ensino Médio, indica que as pessoas que se empenham em estudo individual (autodidatas) se dão melhor do que as pessoas que confiam em programas de estudos presenciais. Esse resultado foi considerado "surpreendente". Isso veio logo após um estudo do Departamento de Educação dos Estados Unidos que mostrou que e-learning (estudar pela internet) trazia melhores resultados que estudo presencial em sala de aula.

Qual a surpresa nisso? Eu já sabia disso há tempos. Apenas alunos motivados aprendem. O aluno motivado é um aluno independente. Eu vi os mesmos resultados em estudos de leitura divulgados pelo Centro de Linguística Aplicada dos Estados Unidos, sobre alunos de inglês como segunda língua no país. O que as pessoas fazem fora da sala de aula é mais importante que o que acontece em sala, quando o assunto é idioma e aprendizagem de leitura e escrita.

Mas na minha experiência, a vasta maioria dos estabelecimentos de ensino de línguas quer contrariar esse fato óbvio. Eles querem proteger suas fortalezas (salas de aula) ao invés de usar a sala de aula como um local para organizar, estimular e apoiar o aprendizado independente com um número de alunos muito maior, que mal conseguem frequentar as aulas. Eles estão sacrificando o interesse dos alunos, para tentar manter seu controle sobre o que os alunos fazem. O governo continua a apoiar essa postura anti-educacional da maioria dos professores conceituados. Realmente é um desperdício de dinheiro e potencial humano.

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Eu já sabia que quem estuda individualmente se dá melhor do que outros que estão sempre dependendo de escolas, cursos, professores. Até defendi isso mais ou menos quando falei sobre EAD há alguns posts atrás. Só que acho que esse último parágrafo não se aplica, pelo menos não nas escolas de idiomas que conheço aqui de Blumenau. Não acho que a culpa seja das escolas. Acho que a culpa é dos alunos.

Ele fala no segundo parágrafo que APENAS ALUNOS MOTIVADOS APRENDEM. E isso é verdade. Mas os auto-didatas acabam se dando melhor na média geral porque, para ser auto-didata, tem que ser auto-motivado. Então, 100% dos alunos que estudam sozinhos são altamente motivados. Daí temos os outros alunos, que já descrevi anteriormente, aqueles que sabem que precisam estudar inglês mas lá no fundinho não são assim tão afim de botar a mão na massa e fazer pela vida. Esses dependem exclusivamente de escolas, professores, programas de ensino. Porque eles acreditam em milagres, acreditam nas campanhas publicitárias das escolas que garantem que eles terão fluência em 18 meses - mesmo que não façam as tarefas, mesmo que não pratiquem fora da sala de aula, mesmo que não tenham uma frequência decente às aulas.

Então, pela minha experiência, eu diria que 10% dos alunos de inglês matriculados em escolas de idiomas hoje são desses motivados. Os outros 90% colocam toda a responsabilidade na escola, esperando que aconteça um tipo de osmose em sala de aula - um milagre. O autor também fala outra verdade: o que acontece fora da sala de aula é mais importante do que acontece em sala. O professor é mais um mediador, um orientador, um facilitador. Não importa o método, não importa a escola, não importa a franquia. Se o aluno não estiver motivado e não correr atrás da máquina, ele não aprende, seja lá onde estude e quanto pague de mensalidade.

E é engraçado que é quase impossível enfiar isso na cabeça desses alunos.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Preconceito

Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com um artigo no jornal A Notícia, que saiu no dia 08 de janeiro...

O artigo de Elizete Feliponi até parece ser bem intencionado, fala do quanto o professor é desvalorizado e que ninguém dá muita bola se o professor de seu filho se formou ou não, ou onde se formou ou que cursos fez. Só que daí...

A qualidade não está sendo questionada, apenas a quantidade de títulos emitidos. Médico não é formado a distância; engenheiro não é formado a distância; veterinário não é formado a distância. Mas professor é.

Hummm pera...
Como assim? O que ela quis dizer exatamente?

O que o curso a distância tem a ver com a qualidade dos pedagogos e professores que estão por aí? Eu realmente não sei. Simplesmente porque, até agora, eu ainda não vi motivo NENHUM para preferir estar em um curso presencial. Eu tenho certeza que eu leio muito mais, estudo muito mais e aprendo muito mais no meu cursinho a distância do que @s alun@s dos cursos presenciais.

Muito se fala sobre o ensino a distância, mas o que MAIS se pensa, o tempo inteiro, é que é moleza, que é curso para quem não tem capacidade de fazer um presencial. As pessoas parecem esquecer que há um currículo a ser cumprido, que há provas a serem feitas e médias a serem atingidas, que há o ENADE ao final do curso e que há pilhas e pilhas de apostilas e materiais de apoio que TEM que ser lidos. Não leu, não passa, pronto.

Não existe atalho no ensino a distância. Não tem como estudar menos do que no presencial. A regra geral é que se estuda mais. Foi feita uma pesquisa em 2008 com 3 universidades privadas aqui de SC, e foi constatado que os alunos do EAD liam, em média, 3 mil páginas por ano só de conteúdo básico (sem contar o material complementar). E não tem como escapar: não leu, não passa na prova - a prova final, discursiva, vale 4.8 na Uniasselvi. Além disso, outra prova final, objetiva, valendo 3.2, uma prova intermediária valendo 1 e uma redação valendo 1. Ou seja, a prova discursiva é terrível e se deixar uma questão em branco, arrisca não passar. Tem que ler.

Tem outra coisa também que os críticos do EAD ignoram (desconhecem): não é TÃO a distância assim. Se não for semipresencial, o MEC não reconhece. Tem que sair de casa, sair de frente do computador, e ir até o pólo de vez em quando, para diversas atividades, avaliações, trabalhos em grupo, discussões. No meu caso, as aulas presenciais acontecem 1x por semana. Mais relevante ainda, e tudo a ver com a besteira que Elizete Feliponi disse, é que tanto na Pedagogia quanto nos outros cursos de Licenciatura, a carga horária de estágio é exatamente a mesma que dos cursos presenciais. Ou seja, vou ter que cumprir 144 horas de estágio no meu quarto semestre, 96 no sexto e 96 no sétimo semestres. São 336 horas no total. Difícil escapar, hein?

Meu irmão disse que não botava muita fé no EAD. Até ele descobrir que o professor que ele mais idolatra lá na UFSC, o bam-bam-bam da Psicologia, é o professor-autor das apostilas de Psicologia da Uniasselvi. É verdade, os tutores não são lá muito perfeitos (tutores são aqueles que acompanham o aluno diretamente, em sala e no ambiente virtual). Eles não tem aquela super qualificação. Mas eles não estão ali para ensinar, eles estão ali para mediar. E tirar dúvidas, claro, mas quem prepara os materiais didáticos, organiza as aulas, constrói as propostas de trabalho e orienta os tutores é o professor-autor. E as exigências para professor-autor são exatamente as mesmas para os cursos a distância. Ou seja, nada a desejar.

E essa última informação eu deixei por último porque é a minha preferida, para calar a boca de alguns bobinhos: a Pedagogia foi um dos cursos onde os alunos a distância tiveram desempenho melhor do que os presenciais no ENADE de 2006. Pode discriminar o quanto quiser, nós ainda somos mais inteligentes hihihihi.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O Caso dos Gêneros

Um excelente post da Lud, que você pode ler aqui.

Uma sociedade na qual os homens não podem ser meigos e as mulheres não podem ser agressivas está obrigando todo mundo a enferrujar um monte de habilidades. Um mundo no qual "mulher masculinizada" e "homem afeminado" são xingamentos condena os seres humanos a viverem enclausurados em seus papéis pré-determinados. Porque, vejam bem, características consideradas femininas e masculinas não são mutuamente excludentes. Uma pessoa pode ser briguenta no mercado de ações e delicada com o cônjuge. A situação, e não os cromossomos X e Y, é que determinaria o comportamento.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Tunel do tempo: E a decisão foi tomada

Esse post eu publiquei no meu blog em 01 de abril de 2004, falando sobre minha decisão de largar o Direito e seguir como professora.

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Quando eu era pequena eu sempre pegava folhas limpas e fazia de conta que era meu diário de classe, fazia chamada para a minha grande sala composta da minha vizinha e mais ninguém e ensinava coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.

Adorava brincar de ensinar, e adorava ser cruel com a minha única aluna. Mas daí a gente cresce e cansa de ouvir que professor ganha muito mal, que não é uma profissão a ser escolhida sendo que se pode fazer Direito, Medicina, ou qualquer outro curso que te dê um status e salário muito maior que o de um professor.
Aí eu decidi fazer Direito pq era muito fácil para mim. Minha mãe já é advogada, era só enrolar durante 5 anos, e ganhar de presente toda uma estrutura montada, semi-clientela, além de deixá-la muito feliz e orgulhosa da filha demoníaca que já lhe deu tanta dor de cabeça. Prá que melhor?

No quinto semestre eu me vi no meio de uma aula do professor Lourival Antonino dos Santos e ele fez uma pergunta tão básica mas tão básica (e eu sabia o quão elementar ela era) e eu não sabia responder. Aí eu pensei comigo mesma: que merda eu tô fazendo nessa sala há 2 anos e meio sem saber NADA??? Vi-me completamente sem noção, sem rumo, sem sentido, sem motivação. Eu ia para as aulas da faculdade da mesma forma que ia para as aulas do segundo grau, sem uma razão real. Nunca tive o tesão que muitas pessoas têm pelo seu curso. Conseguir tirar a nota mínima era mais que o suficiente.

Minha vida não precisava ser assim. Eu não precisava ser eternamente uma pessoa frustrada fazendo uma coisa que eu odiava só pq era mais fácil começar, ou só pq eu achava que isso deixaria minha família orgulhosa, ou só pq eu acho chique uma moça bonita dizer que é advogada.
Levei mais 2 anos para assumir essa opinião e encarar de frente o inevitável. É, eu quero ser professora sim, eu quero fazer Letras sim, e aí, qualé o problema? Professor ganha mal, mas é menos gente? É menos importante? Ao contrário...

Sim, eu adoro estar em sala de aula, eu não acho que eu vá ficar louca, eu amo meus adolescentes, eu brinco e rio e faço a maior festa com eles, eu gosto de preparar aulas, eu estou amando trabalhar no Unificado (depois de muita dor de cabeça), e se tem uma coisa na minha vida que está realmente definida e me fazendo feliz, essa coisa é a minha profissão.

A gente tem só 16/17 anos quando faz o vestibular e isso é a coisa mais absurda que um sistema pode impor aos adolescentes. Aos 16 anos vc escolhe o que quer ser para o resto da sua vida? Vc não sabe nem o que quer fazer no sábado à noite!!! Mas tem que saber se quer ser médico, professor, biólogo, whatever.

Acho que a coisa mais inteligente que a minha irmã Ana Carla fez na vida foi não ter se apressado para escolher o curso e fazer um vestibular. Não sabe ainda o que quer fazer??? Não faz nada! Espera, relaxa, trabalha, pensa, analisa, conhece, pesquisa, pergunta. Um dia vc descobre o que te motiva a acordar às 6 da manhã. Um dia uma luz acende em cima da sua cabeça e vc pensa: eu ia amar fazer isso prá sempre.

Escolheu errado? Larga! Pq não? Só pq já fez 7 semestres? Manda à merda, especialmente se vc não vai usar prá nada mesmo. Tipo eu com Direito. Todo mundo fica chocado e repetindo (e eu estou cansada de ouvir) que estava quase no final e eu deveria pelo menos ter terminado. Terminar prá que? ODEIO! Nunca ia trabalhar com isso. Só prá ter o diploma? Prá que? Prá fazer concurso? Não quero! Não vejo razão para continuar investindo. Eu não aprendi NADA nesses 4 anos e duvido que fosse aprender alguma coisa nos 3 ou 4 semestres que faltavam.

Melhor guardar dinheiro e comprar um carro.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

EVA

Um dia eu e uma amiga demos boas risadas comentando que Pedagogia é a faculdade que ensina arte em EVA.

Onde houver uma pedagoga, haverá também figuras, bichinhos e estrelinhas em EVA colados na parede.

Para não quebrar a tradição e nem perder a fama, no começo da tarde estarei recebendo uma encomenda: muitas, muitas folhas de EVA. De todas as cores.

Boa sorte para mim, que tenho zero dote artístico.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Voltando para as micro-crianças

Eu trouxe materiais para casa e prometi para mim mesma que planejaria todas as minhas aulas do Jardim I (3-4 anos) e II (4-5 anos) de 2010 nas minhas férias, para que isso não seja um tormento semanal como foi em 2009.

Mas não consigo!

Por que é tão difícil???

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Farra do boi

No final de cada ano, os defensores dos animais ficam preocupados com o número absurdo de famílias que sai de férias e simplesmente abandona seu bichinho.

Daí o ano começa e os defensores de animais já começam a se arrepiar, pois a prática da farra do boi ainda acontece (aham, ainda acontece sim), e começa por agora indo até a Páscoa.

Agora, dica para quem está em Floripa.
Um tal de Arante, dono de um tal de Bar do Arante, famosérrimo, lá no Pântano do Sul, deu uma entrevista para a RBS defendendo a Farra e dizendo, enraivecido e fora de si:

ENQUANTO HOUVER SANGUE AÇORIANO EM SANTA CATARINA, A FARRA DO BOI VAI CONTINUAR!!!

Por mim, defendo a extinção dos açorianos então.
Eu boicotei o Bar do Arante esse ano, e foi só falar para a minha família que todos optaram em boicotar também.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Farrapinha

Estávamos passeando lá pruns bairros estranhos. Geralmente temos alguns snacks caninos no carro pois a melhor parte dos passeios é parar toda vez que encontramos um cachorrinho para dar um agrado e aproveitamos para fazer um carinho.

Acontece que, deitada num ponto de ônibus, estava a Farrapinha. Paramos, como de costume. Mas ela era diferente. Ela não era que nem os outros cachorros que encontramos, que só estão passeando na rua mas tem uma casa. E geralmente são gordinhos e bem alimentados.

A farrapinha estava absurdamente faminta. Ela pulava no carro para pegar cada pedaço do snack. Ficava maluquinha. E o rabo abanava tanto que parecia que ela ia sair voando feito um helicóptero. Além disso, ela estava totalmente suja de barro, e com carrapicho POR TUDO. Coberta mesmo.


Demos todos os snacks para ela e seguimos caminho. Mas ela não saiu da cabeça. Porque deu pra ver que ela estava abandonada de verdade, e talvez fosse ter um fim trágico. A certa altura, *ele: Eu quero pegar ela. Pronto. Palavras mágicas para a Gêzinha. Então vamos voltar, e vamos pegar ela. Pronto.

Trouxemos ela para casa, demos banho, tiramos os carrapatos, demos comida (e eu nunca vi um cachorro comer tanto com tanta vontade), etc etc. Também nunca vi um cachorro tão agradecido. Ela pulava tanto em mim, mas tanto... Sério, você não conseguiria imaginar se não visse. Uma loucura!!!


Acontece que - reality check - eu não posso ficar com ela. Eu salvei ela, mas não posso ficar com ela. Eu salvei ela porque não queria que ela ficasse ali, na beira da estrada, pronta para morrer, atropelada ou de fome. Lembrei que eu tenho 6 gatos, que são meus filhos, e que eu amo mais do que tudo nesse mundo. Lembrei que, se eu não posso pegar o sétimo gato, também não posso ter o primeiro cachorro. E eu sempre quis uma cadelinha pra passear comigo...

É uma frustração bem grande saber que a Farrapinha não vai poder ficar. Ainda mais doce do jeito que ela é. Ainda mais ela sendo do jeito que eu gosto, estilo cachorro de mendigo, cabelinhos arrepiados, lembrando um pouco o Schnauzer. Eu sempre quis uma dessas. Mas eu trabalho o dia inteiro, até as 21h30, com perspectiva de trabalhar ainda mais quando conseguir um estágio. E cachorro não é gato. Cachorro é aquela coisa... Tem que levar no banho, tem que levar passear, tem que brincar muito. É uma responsabilidade muito maior do que a que temos com os gatos.


Eu espero, de todo coração, que alguém que entre aqui more em Blumenau ou por perto, se apaixone por essa menina e queira ela para si. Porque ela já sofreu tanto e eu acho que ela merece uma família legal e um jardim pra correr. Já pensei em mil alternativas, mas realmente não tenho ninguém que possa abrigá-la.

Que tal você?

Bebês

Eu agradeceria muito se parasse de passar tanto bebê na televisão.
E também agradeço mais ainda se todas as mães com bebês menores de 3 anos ficassem em casa nos próximos meses e não ousassem cruzar meu caminho. Sério.

Acontece que, fui dormir depois da virada - depois de tomar champagne sem álcool e assistir mais um episódio de Grey's Anatomy - e acordei me sentindo mãe. Sonhei 9 meses em algumas horas (ou minutos, sei lá). Engravidei, enjoei, vomitei, contei pra *ele, ele fez de conta que não gostou mas na verdade amou e logo se empolgou, a barriga cresceu, cresceu, cresceu, o bebê nasceu (parto normal, claro), chorou, e eu amei cada segundo disso tudo.

Acordei decidida que 2010 ia ser o ano da minha maternidade.

O que é absolutamente ridículo.
Ridículo primeiro porque até o dia 31, a idéia de uma gravidez me causava hojeriza. E não vai ser um sonho e alguns hormônios que vão mudar isso, certo? Não dá pra esquecer que eu não gosto de criança. Quer dizer, gosto, adoro, mas apenas 2 horas POR SEMANA. Mais do que isso me sufoca e me faz chorar de desespero. Não dá pra esquecer que eu acabei de começar a faculdade e pretendo seguir na vida acadêmica por um bom tempo.

Filho(s) impedem as pessoas de viverem as suas vidas. Eu sou 100% contrária a idéia de ter filhos. Eu não aceito NENHUM argumento pró-bebê, seja ele qual for. Filhos sugam seu dinheiro e sua energia. Filhos envelhecem. Toda mulher ganha 10 anos junto com o bebê, em rugas e olheiras. Filhos crescem e começam a te desrespeitar e dizer que te odeiam - além de roubar seu carro. Filhos são um investimento que não vale a pena MESMO.

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E realmente, tudo hormônio. No dia 03 o tal instinto materno já tinha passado. Acho que era tudo só saudade dos meus gatinhos. E que saudade...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

News on Xurupito

Busquei ele no vet hoje de manhã. Está aparentemente bem.

Coloquei ele num quartinho especial para que os outros não incomodassem. A dieta é rigorosa: só Royal Canin Intestinal. E mais antibiótico. E continuar com o Malt Paste. E também mais um suplemento, Cat Lysin. Tudo isso além do Gardenal que ele já toma para a epilepsia.

Estou tão feliz que ele está bem, e está de volta em casa!!!

Agora é olhar para frente.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Xurupitinho doente

Como se não bastasse tudo o que o coitado já passou, logo nos primeiros dias do ano o meu querido já está sofrendo.

Fomos para Floripa eu e o Xurupito passar uns dias na casa dos meus pais. Nos três primeiros dias, tudo normal, e lá pelo dia 28 ele simplesmente parou de fazer cocô. Esperei um dia, esperei dois, achei que era nervosismo, e nada.

No dia 01 fui tentar massagear ele um pouco e senti uma super bola dura no intestino. Eu não sou muito boa com tato, geralmente quando a Dra. Rose me manda sentir alguma coisa nos meus bichinhos eu não consigo identificar nada, mas essa super bola dura eu senti. E me assustei. Tentei massagear ele um pouco, para colocar as coisas no lugar, mas não acredito que tenha surtido efeito.

Viemos para casa dia 02 e dei Malt Paste, que é um produto a base de malte que auxilia na dissolução de possíveis bolas de pêlo. O recomendado é 3 cm dessa pasta por dia, durante algus dias, e depois quando regularizar, apenas 1x por semana (que eu lembre - não estou com a bula aqui). Dei 3 cm no sábado a noite. Nada. Dei mais 3 cm ontem de manhã. Nada. Mais 3 cm ontem de tardinha. Nada também.

E o pior era ver ele no banheirinho horas, vezes seguidas, fazendo a maior força, fazendo barulhinhos de força e tudo. E não saía nada... Volta e meia ele dava uns berros, que eu antes achava que era começo de ataque epiléptico, mas agora acho que era de dor mesmo.

Levei-o na Dra. Rose hoje de manhã cedinho, e o diagnóstico foi na hora: fecaloma - cirurgia.

Fecalomas basicamente são bolas de pêlos que, junto com o bolo fecal, obstruem o intestino. Eu não tive tempo de me aprofundar muito com a Dra. Rose, mas acho que é um estágio de obstrução que não adianta mais fazer lavagem ou algo do tipo. É só com intervenção cirúrgica mesmo.
Mas a pior parte é que aparentemente esse fecaloma não é de 5 dias não. Ele já vem se formando há tempos. Ou seja, mesmo que ele fizesse cocô mais ou menos regularmente antes dessa parada total, estava acumulando coisas no intestino. O que significa que o intestino dele não está trabalhando adequadamente. Provavelmente por causa das fraturas na bacia. E o futuro não é muito promissor não. A previsão é de que ele vai continuar a desenvolver fecalomas, e algumas outras cirurgias virão pela frente.

Mas eu tenho um plano. :)