sábado, 16 de janeiro de 2010

Preconceito

Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com um artigo no jornal A Notícia, que saiu no dia 08 de janeiro...

O artigo de Elizete Feliponi até parece ser bem intencionado, fala do quanto o professor é desvalorizado e que ninguém dá muita bola se o professor de seu filho se formou ou não, ou onde se formou ou que cursos fez. Só que daí...

A qualidade não está sendo questionada, apenas a quantidade de títulos emitidos. Médico não é formado a distância; engenheiro não é formado a distância; veterinário não é formado a distância. Mas professor é.

Hummm pera...
Como assim? O que ela quis dizer exatamente?

O que o curso a distância tem a ver com a qualidade dos pedagogos e professores que estão por aí? Eu realmente não sei. Simplesmente porque, até agora, eu ainda não vi motivo NENHUM para preferir estar em um curso presencial. Eu tenho certeza que eu leio muito mais, estudo muito mais e aprendo muito mais no meu cursinho a distância do que @s alun@s dos cursos presenciais.

Muito se fala sobre o ensino a distância, mas o que MAIS se pensa, o tempo inteiro, é que é moleza, que é curso para quem não tem capacidade de fazer um presencial. As pessoas parecem esquecer que há um currículo a ser cumprido, que há provas a serem feitas e médias a serem atingidas, que há o ENADE ao final do curso e que há pilhas e pilhas de apostilas e materiais de apoio que TEM que ser lidos. Não leu, não passa, pronto.

Não existe atalho no ensino a distância. Não tem como estudar menos do que no presencial. A regra geral é que se estuda mais. Foi feita uma pesquisa em 2008 com 3 universidades privadas aqui de SC, e foi constatado que os alunos do EAD liam, em média, 3 mil páginas por ano só de conteúdo básico (sem contar o material complementar). E não tem como escapar: não leu, não passa na prova - a prova final, discursiva, vale 4.8 na Uniasselvi. Além disso, outra prova final, objetiva, valendo 3.2, uma prova intermediária valendo 1 e uma redação valendo 1. Ou seja, a prova discursiva é terrível e se deixar uma questão em branco, arrisca não passar. Tem que ler.

Tem outra coisa também que os críticos do EAD ignoram (desconhecem): não é TÃO a distância assim. Se não for semipresencial, o MEC não reconhece. Tem que sair de casa, sair de frente do computador, e ir até o pólo de vez em quando, para diversas atividades, avaliações, trabalhos em grupo, discussões. No meu caso, as aulas presenciais acontecem 1x por semana. Mais relevante ainda, e tudo a ver com a besteira que Elizete Feliponi disse, é que tanto na Pedagogia quanto nos outros cursos de Licenciatura, a carga horária de estágio é exatamente a mesma que dos cursos presenciais. Ou seja, vou ter que cumprir 144 horas de estágio no meu quarto semestre, 96 no sexto e 96 no sétimo semestres. São 336 horas no total. Difícil escapar, hein?

Meu irmão disse que não botava muita fé no EAD. Até ele descobrir que o professor que ele mais idolatra lá na UFSC, o bam-bam-bam da Psicologia, é o professor-autor das apostilas de Psicologia da Uniasselvi. É verdade, os tutores não são lá muito perfeitos (tutores são aqueles que acompanham o aluno diretamente, em sala e no ambiente virtual). Eles não tem aquela super qualificação. Mas eles não estão ali para ensinar, eles estão ali para mediar. E tirar dúvidas, claro, mas quem prepara os materiais didáticos, organiza as aulas, constrói as propostas de trabalho e orienta os tutores é o professor-autor. E as exigências para professor-autor são exatamente as mesmas para os cursos a distância. Ou seja, nada a desejar.

E essa última informação eu deixei por último porque é a minha preferida, para calar a boca de alguns bobinhos: a Pedagogia foi um dos cursos onde os alunos a distância tiveram desempenho melhor do que os presenciais no ENADE de 2006. Pode discriminar o quanto quiser, nós ainda somos mais inteligentes hihihihi.

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