quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Farrapinha

Estávamos passeando lá pruns bairros estranhos. Geralmente temos alguns snacks caninos no carro pois a melhor parte dos passeios é parar toda vez que encontramos um cachorrinho para dar um agrado e aproveitamos para fazer um carinho.

Acontece que, deitada num ponto de ônibus, estava a Farrapinha. Paramos, como de costume. Mas ela era diferente. Ela não era que nem os outros cachorros que encontramos, que só estão passeando na rua mas tem uma casa. E geralmente são gordinhos e bem alimentados.

A farrapinha estava absurdamente faminta. Ela pulava no carro para pegar cada pedaço do snack. Ficava maluquinha. E o rabo abanava tanto que parecia que ela ia sair voando feito um helicóptero. Além disso, ela estava totalmente suja de barro, e com carrapicho POR TUDO. Coberta mesmo.


Demos todos os snacks para ela e seguimos caminho. Mas ela não saiu da cabeça. Porque deu pra ver que ela estava abandonada de verdade, e talvez fosse ter um fim trágico. A certa altura, *ele: Eu quero pegar ela. Pronto. Palavras mágicas para a Gêzinha. Então vamos voltar, e vamos pegar ela. Pronto.

Trouxemos ela para casa, demos banho, tiramos os carrapatos, demos comida (e eu nunca vi um cachorro comer tanto com tanta vontade), etc etc. Também nunca vi um cachorro tão agradecido. Ela pulava tanto em mim, mas tanto... Sério, você não conseguiria imaginar se não visse. Uma loucura!!!


Acontece que - reality check - eu não posso ficar com ela. Eu salvei ela, mas não posso ficar com ela. Eu salvei ela porque não queria que ela ficasse ali, na beira da estrada, pronta para morrer, atropelada ou de fome. Lembrei que eu tenho 6 gatos, que são meus filhos, e que eu amo mais do que tudo nesse mundo. Lembrei que, se eu não posso pegar o sétimo gato, também não posso ter o primeiro cachorro. E eu sempre quis uma cadelinha pra passear comigo...

É uma frustração bem grande saber que a Farrapinha não vai poder ficar. Ainda mais doce do jeito que ela é. Ainda mais ela sendo do jeito que eu gosto, estilo cachorro de mendigo, cabelinhos arrepiados, lembrando um pouco o Schnauzer. Eu sempre quis uma dessas. Mas eu trabalho o dia inteiro, até as 21h30, com perspectiva de trabalhar ainda mais quando conseguir um estágio. E cachorro não é gato. Cachorro é aquela coisa... Tem que levar no banho, tem que levar passear, tem que brincar muito. É uma responsabilidade muito maior do que a que temos com os gatos.


Eu espero, de todo coração, que alguém que entre aqui more em Blumenau ou por perto, se apaixone por essa menina e queira ela para si. Porque ela já sofreu tanto e eu acho que ela merece uma família legal e um jardim pra correr. Já pensei em mil alternativas, mas realmente não tenho ninguém que possa abrigá-la.

Que tal você?

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