segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Estudar por conta própria ganha de estudar em sala de aula


Um estudo da Portland State University sobre alunos adultos que nunca de formaram no Ensino Médio, indica que as pessoas que se empenham em estudo individual (autodidatas) se dão melhor do que as pessoas que confiam em programas de estudos presenciais. Esse resultado foi considerado "surpreendente". Isso veio logo após um estudo do Departamento de Educação dos Estados Unidos que mostrou que e-learning (estudar pela internet) trazia melhores resultados que estudo presencial em sala de aula.

Qual a surpresa nisso? Eu já sabia disso há tempos. Apenas alunos motivados aprendem. O aluno motivado é um aluno independente. Eu vi os mesmos resultados em estudos de leitura divulgados pelo Centro de Linguística Aplicada dos Estados Unidos, sobre alunos de inglês como segunda língua no país. O que as pessoas fazem fora da sala de aula é mais importante que o que acontece em sala, quando o assunto é idioma e aprendizagem de leitura e escrita.

Mas na minha experiência, a vasta maioria dos estabelecimentos de ensino de línguas quer contrariar esse fato óbvio. Eles querem proteger suas fortalezas (salas de aula) ao invés de usar a sala de aula como um local para organizar, estimular e apoiar o aprendizado independente com um número de alunos muito maior, que mal conseguem frequentar as aulas. Eles estão sacrificando o interesse dos alunos, para tentar manter seu controle sobre o que os alunos fazem. O governo continua a apoiar essa postura anti-educacional da maioria dos professores conceituados. Realmente é um desperdício de dinheiro e potencial humano.

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Eu já sabia que quem estuda individualmente se dá melhor do que outros que estão sempre dependendo de escolas, cursos, professores. Até defendi isso mais ou menos quando falei sobre EAD há alguns posts atrás. Só que acho que esse último parágrafo não se aplica, pelo menos não nas escolas de idiomas que conheço aqui de Blumenau. Não acho que a culpa seja das escolas. Acho que a culpa é dos alunos.

Ele fala no segundo parágrafo que APENAS ALUNOS MOTIVADOS APRENDEM. E isso é verdade. Mas os auto-didatas acabam se dando melhor na média geral porque, para ser auto-didata, tem que ser auto-motivado. Então, 100% dos alunos que estudam sozinhos são altamente motivados. Daí temos os outros alunos, que já descrevi anteriormente, aqueles que sabem que precisam estudar inglês mas lá no fundinho não são assim tão afim de botar a mão na massa e fazer pela vida. Esses dependem exclusivamente de escolas, professores, programas de ensino. Porque eles acreditam em milagres, acreditam nas campanhas publicitárias das escolas que garantem que eles terão fluência em 18 meses - mesmo que não façam as tarefas, mesmo que não pratiquem fora da sala de aula, mesmo que não tenham uma frequência decente às aulas.

Então, pela minha experiência, eu diria que 10% dos alunos de inglês matriculados em escolas de idiomas hoje são desses motivados. Os outros 90% colocam toda a responsabilidade na escola, esperando que aconteça um tipo de osmose em sala de aula - um milagre. O autor também fala outra verdade: o que acontece fora da sala de aula é mais importante do que acontece em sala. O professor é mais um mediador, um orientador, um facilitador. Não importa o método, não importa a escola, não importa a franquia. Se o aluno não estiver motivado e não correr atrás da máquina, ele não aprende, seja lá onde estude e quanto pague de mensalidade.

E é engraçado que é quase impossível enfiar isso na cabeça desses alunos.

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