quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Xurupitinho e as rotinas médicas

Então nessa dúvida cruel: será que o Xurupito é só epiléptico, ou será que ele tem algo mais sério e a epilepsia é só um sintoma?

Não consegui conviver com a dúvida, porque desde que ele chegou aqui em casa eu tenho reparado que ele é estranho em suas rotinas. Por exemplo, ele come muito pouco. Muito pouco. Só come bem quando é comida caseira. O que eu considero ruim, porque eu até posso cozinhar franguinho para ele todos os dias, mas eu não estou preparada para elaborar um cardápio que tenha tudo que ele precisa para ser feliz e saudável. Sempre sonhei em alimentar meus gatos com comida de verdade, natural, muito mais gostosa e saudável do que essa ração nojenta industrializada cheia de corantes e conservantes, mas... Acho que eu teria que fazer faculdade para uma empreitada dessas.

Então, o Xurubas come bem mal. E os hábitos de xixi e cocô também não são dos melhores. Primeiro pela resistência dele em usar a caixa de areia. Mesmo quando ele tinha uma exclusivinha para ele, enquanto os outros 5 gatos tinham que compartilhar a deles. Ainda assim, caixa de areia não é a dele. Só que mesmo quando ele usava (e ele era obrigado a usar nos 30 dias de confinamento), era muito pouco. Muito pouco xixi mesmo. Gatos fazem bastante xixi, várias vezes por dia. Quer dizer, não é muito em quantidade de uma vez só, mas a frequência é grande. Com o Xurubas, era uma pedrinha de areia por dia e só.

E dai vem a parte do cocô. Que eu também não acho que esteja tudo correndo bem. Num dia ele não faz. No outro é diarréia. No seguinte é SUPER duro e ressecado (deve doer, coitado). E tudo isso não está relacionado ao que ele comeu. Alguns podem estar supondo que no dia em que eu dou comida mais temperada, ele tem problemas para defecar. Mas não, essas texturas diferenciadas das fezes dele não tem correspondência nenhuma com o que ele comeu.

Então devido a todas essas minhas constatações e preocupações, levei o gato ao médico novamente. Para fazer o tal exame de sangue.
Hum...

Só que exame de sangue em gato não é algo muito simples de se fazer. Ainda mais quando se tem um gato totalmente feral. Anestesia geral nele. ODEIO.

Dr. Ruy deu a anestesia e disse agora é só esperar. Estava com ele no colo e achei engraçado que ele estava tão aterrorizado que não tentou me agredir, finalmente ele me viu como um lugar seguro ao invés de uma possível agressora. Acho que foi a primeira vez que fiquei com ele no colo por mais de 5 segundos. Os drs saíram da sala e eu fiquei lá sozinha com ele. E eu estava tão aterrorizada quanto ele, pode apostar. Aos poucos ele foi perdendo a consciência, mas foi bem aos pouquinhos mesmo. E eu morrendo de medo que ele simplesmente morresse. Não entendo de anestesia, só sei que um monte de gente morre assim.

Até que ele ficou mole mole mole. E daí eu aproveitei para fazer tudo que ele nunca me deixou fazer. Beijei beijei beijei e amasei e fiz TANTO carinho e extravasei todo o amor que eu sinto por ele e que ele NUNCA me deixa demonstrar. Essa foi a parte legal.

Mas daí veio a parte que eu não sabia (sim, burra) e nem imaginava. Ele ficou com os sinais vitais MUITO fraquinhos. E eu estava sozinha na sala, sem ninguém pra perguntar o que estava acontecendo e pra me dizer que isso era normal. Não sentia arzinho saindo do nariz dele. E com ele no meu colo, nem conseguia ver se ele estava respirando. Coloquei ele na mesa e passei o resto do tempo só monitorando, vendo a barriguinha dele subindo e descendo BEM devagar e torcendo pra que ela continuasse subindo e descendo. Odiei.

Tiraram o sangue (UM MONTE) e trouxe ele pra casa, ainda desacordado. Eu tinha 4 horas pra amassar ele mais um pouco, que é o tempo do efeito da anestesia. E realmente ele ganhou muito carinho nesse tempo. A cada 20 minutos, pingar soro fisiológico no olhinho pra não ressecar... E ficamos nós dois na sala, eu trabalhando, ele dormindo. De repente, ele simplesmente acordou. Acordou e quis andar! Dava um passo, caía. Outro, caía. Totalmente tonto. E não parava de andar! Fui segurando ele um pouco, escorando, ele foi na lavação, cozinha, sala, banheiro, quarto, fez um super tour. Deitou mais um pouco, e achei interessante como o efeito vai passando bem gradualmente mesmo. Um passo e caía. Um pouco depois, 2 passos e caía. Três passos e caía. Logo, três passos e caía, mas conseguia sustentar a cabeça, sem deixar ela bater no chão. Essa transição foi bem sutil.

Agora é esperar pelos resultados do exame...

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