sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Férias das crianças! parte 2

Pedi para eles desenharem/pintarem o que eles quisessem, desde que fosse relacionado ao Natal. Acho engraçado que nos filmes e seriados sempre tem uma criança que desenha algo terrível, tipo o papai esfaqueando a mamãe ou um monstro devorando o Papai Noel. Nos faz pensar que sempre tem um problemático em qualquer turma. Mas não, até hoje nunca desenharam nada perturbador para mim.

Então, cada um tem a sua própria caixa de lápis de cor e todas as caixas ficam dentro de uma caixa maior. Como estamos no final do ano, as caixas de lápis já estão meio surradas e os lápis vivem caindo de dentro delas. Cada um pegou sua caixa, foi para a mesa desenhar, e alguns lápis ficaram jogados na caixona porque caíram das suas caixas.

O ZZZZ foi lá na caixa e achou um lápis bicolor (em cada ponta é uma cor). Gostou, pegou e foi usar. E daí o AAAA viu que o outro estava usando o lápis dele. E foi lá buscar. Seguiu-se uma seqüência de é meu, é meu, é meu. E daí o AAAA, dono do lápis, começou a chorar. Como eu peguei a conversa pela metade, não sabia se o lápis era do menino mesmo (eu não lembrava que a caixinha dele era desse tipo de lápis bicolor). Tentei a conciliação, achar um meio termo, peguei na caixa do ZZZZ dois lápis com as cores daquele um lápis (verde e vermelho) e negociei: você não quer trocar esse UM lápis por esses DOIS lápis com as mesmas cores? Daí você vai ter MAIS lápis ao invés de um só! Não adiantou, essa carta da quantidade talvez funcione com crianças ainda menores, mas 4/5 anos eles já conseguem perceber mais valor do que a simples quantidade.

O AAAA, dono do tal lápis da discórdia, começou a chorar. MUITO. Tão genuíno quanto o menino da história anterior (que, como vc lembra, na história anterior NÃO tinha razão). Daí investiguei e descobri que o lápis era dele mesmo. Mas achei besteira, porque ele nem queria usar o tal lápis, até ele ver na mão do amigo não fez falta nenhuma. Ele bem que podia deixar o amigo usar e depois pegar. Eu aleguei isso. Ele não queria. O lápis era dele, e ele queria o lápis já. Peguei a caixa dele. Fui até o ZZZZ, mostrei que realmente o lápis era daquela caixa. E ele só argumentava que não era não, que ele achou o lápis na caixona (o que também era verdade). Acabei devolvendo o lápis ao dono original, dei os dois outros lápis que tinham as mesmas cores, e pronto. Mais choro. ZZZZ inconformado, choro genuíno, e eu com o coração na mão.

Sei lá o que fazer nessas horas. A única coisa que eu sei é não perder a paciência nem tomar decisões precipitadas. Eu escuto os dois lados. Escuto terceiros, se foram testemunhas. E eu explico a minha decisão para eles. Eu me abaixo para olhar de frente, e olho no olho (aprendi com a Super Nanny). Eu não quero ser A superior, A chefe, A autoritária que olha de cima para baixo e decide as coisas de dentro da minha bolha.

Depois, quando a choradeira começa (porque a choradeira sempre começa), é que é mais difícil. As vezes eu pego no colo e explico de novo. As vezes eu ignoro. Eu nunca sei o que vai ser melhor para eles. Eu não sei se um carinho nessa hora não acaba sendo uma recompensa pela manha, incentivando manhas constantes. Mas ignorar também não me parece muito bom, porque acho que dá a impressão que eu estou totalmente indiferente ao sofrimento deles.

Só sei que estou de férias e esses dilemas NÃO vão me assombrar até fevereiro do ano que vem. Ufa!

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