“De fato, ser coercitivo ou ser cooperativo, via de regra, depende de uma atitude moral. O indivíduo deve querer ser cooperativo. Podemos perfeitamente conceber que alguém com todas as condições intelectuais para ser cooperativo resolva não o ser porque o poder da coação lhe interessa de alguma forma.”
Bom, a coação basicamente sempre vai interessar a alguém em determinados momentos (ou durante a vida inteira). Mas entao toda essa lenga-lenga de teorias individuais vai entrar numa dimensão um pouco maior. Essa falta de diálogo entre casais, esse microuniverso aqui, que a Mariazinha vive, tem solução, mas a solução é muito mais abrangente – e por isso muito mais complicada.
Não tem jeito de resolver isso aqui entre eu e você, porque, no final das contas, o problema acaba sendo é político. A democracia (fundada no ideal de igualdade) deve estar em nossas entranhas, entre os nossos valores mais sagrados, deve ser algo tão interiorizado que soe totalmente estranho desvalorizar a opinião de alguém porque ela é “menos” do que a gente, maioria dominante. Tem que soar totalmente alienígena que a minha voz seja mais fraca só por eu ser mulher, que a voz do Zeca seja menos importante por ele ser homossexual, que a opinião do Cicrano não deva ser levada em conta porque ele é pobre.
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