sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Top 10 maneiras de ser Feminista em 2010

1. Pare de fazer piadas sobre estupro. Essas piadas estão se tornando muito comuns agora e não são engraçadas. Outro dia eu escutei um músico muito famoso dizendo: "Esta é minha cara de estupro!" enquanto espremia os olhos e enrugava o nariz. Outro homem sentado perto respondeu: "Toda cara é cara de estupro!", e riu. Por que é considerado socialmente aceitável para as pessoas agirem dessa forma? Como podemos parar com os estupros de se as pessoas acham que isso é piada?

2. Reconheça o privilégio branco, o privilégio heterossexual, o privilégio de classe e outras formas de privilégio que fazem ser um tipo de mulher totalmente diferente de ser outro tipo de mulher. Depois, faça o que puder para nivelar o campo para todas as mulheres. Isso significa lutar contra o racismo, o heterossexismo, e o classismo onde quer que você os veja. Lembre-se que o sexismo está incluso em todas essas formas de discriminação.

3. Apóie outras mulheres a sua volta, e apóie mulheres que você nem conhece! No mundo em que vivemos atualmente, com sua onda sem fim de reality shows, nós pensamos nas nossas vidas como jogos a serem ganhos, e nós amamos dar risada quando os outros fracassam. Não permita que o ciúme ou o instinto de competição te impeçam de apoiar outras mulheres. Reconheça que o mundo quer que você critique a Sra. X, e então ao invés disso decida ativamente dizer algo realmente positivo sobre a Sra. X.

4. Reconheça que "mulher" agora significa muitas coisas diferentes. Fazer o que é bom para mulheres sempre significa apoiar pessoas trans, e pessoas que não se identificam com nenhuma "caixa" de gênero. No final das contas, tod@s temos os mesmos interesses, que são: desmantelar essas pequenas caixas, desmantelar as estruturas de poder do patriarcado, ajudar tod@s a viverem da forma que realmente quiserem.

5. Se você foi machucada por violência sexual, doméstica ou abuso no relacionamento, lembre-se que não é sua culpa. Considere isso: que você não é uma vítima. Ao invés disso, você é uma sobrevivente. Sobreviventes são fortes.

6. Encontre seu próprio caminho na vida. Às vezes ser uma radical é tão simples quanto seguir o seu coração. Se você é uma garota ou uma mulher, tentando fazer o que quiser fazer pode ser um caminho recheado de muitos obstáculos sociais, emocionais e psicológicos. Descubra o que ser livre significa para você, e então faça o seu melhor para viver dessa forma. Se você quiser usar maquiagem e depilar as pernas, tudo bem. Faça. Mas certifique-se que você esteja fazendo isso porque você quer, e não por sentir que precisa. Se você não quiser usar maquiagem ou depilar as pernas, tudo bem! Que seja! Faça do seu jeito. Faça suas escolhas livremente. Mentalmente, você precisa ser livre antes de poder libertar qualquer outra pessoa.

7. Leia leia leia! Para ser feminista, você precisa saber a história das mulheres que vieram antes de você. Há tantos livros ótimos sobre os movimentos de mulheres dos anos 70, e há tantos livros ótimos sobre as sufragetes, e há livros de Angela Davis, e há livros de Adrienne Rich e Audre Lorde, e agora há até um ótimo livro sobre a história das riot grrrls! Ler pode dar idéias poderosas à você, e pode te inspirar a criar suas próprias idéias também. Se você não sabe o que ler, pergunte à uma amiga! Ela provavelmente terá uma recomendação.

8. Pare de se referir às mulheres como putas. Eu estou realmente cansada de escutar essa palavra sendo usada com tanta frequencia, e casualmente, como se não tivesse nenhum significado.Nesse exato momento, muitos jovens auto-descritos politicamente liberais, que não usam a palavra b*** para se referir aos homossexuais porque essa palavra é ofensiva, ainda usam p*** regularmente como forma de se referir às mulheres. Por que a palavra puta agora é classificada como uma gíria e não um insulto sério? Não tenho certeza sobre qual a causa verdadeira, e provavelmente há muitos fatores contribuindo. Um fator no qual eu consigo pensar agora é a maneira com que todos fomos criados, em uma dieta de péssimas músicas de "rap"-dance feitas por "artistas" que não tem muito a dizer. (Coloquei "rap" e "artistas" entre aspas aqui porque eu acho que artistas do rap de verdade têm muitas coisas importantes a dizer, mas,em sua maioria, essas coisas não chegaram aos rádios na última década.) Nas músicas que nós ouvimos no rádio, mulheres são sempre putas, isso quando é dado a elas alguma identidade além da série de partes do corpo estranhamente desconstruídas (bunda, coxas, etc.) Então, vamos falar sobre o que a palavra puta significa na verdade: 1. "uma mulher," 2. "uma mulher que fica braba ou discorda de você," e 3. "um homem que é fraco (como esperamos que uma mulher seja)". Caso você não tenha percebido, o significado dual e contraditório funciona para criticar homens e mulheres da mesma forma. Qualquer um que ouse cruzar o território inimigo fica marcado com um rótulo insultante, desencorajando-o(a) de algum dia visitar aquele território novamente. Talvez seja por isso que as pessoas amam usar tanto essa palavra. Assim como um policial particularmente bom, o Policial P faz duas vezes o trabalho de qualquer outro policial nas ruas. O Policial P reforça as fronteiras entre as vizinhanças de homens e mulheres. E, se você alguma vez "responder" para o Policial P, se alguma vez você desafiar a autoridade daquela palavra, essa é a forma mais fácil de ser rotulada como uma puta você também! Para mim, a pior parte do uso constante da palavra puta pelas pessoas é que isso realmente faz com que as mulheres tenham medo de ser rotuladas de putas por fazerem qualquer coisa fora da norma. Isso inclui, mas não se limita a: Mulheres defendendo seus direitos, mulheres lutando contra a construção social de g6enero, mulheres ficando brabas a respeito de qualquer coisa em geral, e mulheres sendo assertivas. Finalmente, a palavra puta demonstra a forma com a qual estamos constantemente usando a língua para criar essas caixinhas infames para mulheres e homens morarem dentro. Não esqueçamos que nossa língua é uma ferramenta que cria significado no mundo. Nós não apenas descrevemos o mundo quando nós falamos - nós inventamos aquilo sobre o que falamos. Nós fazemos isso real.

9. Envolva-se em uma organização que ajuda mulheres. Pode ser qualquer tipo de organização que você quiser. Só tem que ser uma causa na qual você realmente acredite. Se você vir uma necessidade na sua comunidade de algum tipo de organização que ainda não existe, então comece a sua própria organização. Lembre-se que você tem poder, e voz, e que você pode mudar as coisas ruins que vê ao seu redor.

10. Comece um blog! (Ei, é isso que estou fazendo.) Tantas histórias do mundo, daquelas na TV àquelas em músicas pop, àquelas em livros de história, são contadas por homens. Não é injusto? Isso significa que as histórias que nós consideramos A Verdade geralmente trazem uma perspectiva masculina inclusa nelas. Mas agora nossa geração tem uma arma secreta: a internet. A habilidade de usar a internet é um privilégio real que as gerações anteriores de garotas e mulheres não tinham. Então vamos tirar vantagem desse privilégio e contar nossas histórias com nossas próprias vozes. Auto-publicação é radical, e divertido! Vamos todas fazer isso!

Tradução livre daqui!!!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Rodeio de Gordas - WTF?!?

Acho que a essa altura do campeonato todo mundo já sabe do absurdo que aconteceu na UNESP há algumas semanas. Como eu continuo correndo contra o relógio, final de bimestre, notas para fechar, provas pra corrigir, paper para escrever, projeto para terminar, livro para revisar etc etc etc (ai que cansaço) não consegui tirar tempo para escrever de verdade sobre isso.

Mas minhas companheiras feministas e amigas da lista de discussão Blogueiras Feministas fizeram o trabalho pesado e agora eu posso postar os melhores links aqui, para quem se interessar pelo tema.

O que aconteceu está aqui: Folha

Uma postagem emocionada do blog Borboletas nos Olhos, expressando tudo o que todas nós sentimos ao ouvir a notícia: Borboleta nos Olhos

Bullying também é questão de gênero, no Garrafa ao Mar.

Post ótimo sobre plus size, no Primeira Fila.

Sexo.Acholegal fala sobre o direito dos cidadãos de maltratar mulher.

Para nós, mulheres, na prática a teoria é outra. Por Wonderwoman.

Trechos da entrevista de Preta Gil para a Folha, sobre o rodeio, estão no Humor pelas palavras.

Trote na faculdade não é bullying? No Non Accepto.

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E tem gente que AINDA acha que o movimento feminista é ultrapassado ou desnecessário.
Aham, Claudia, senta lá.