segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Brasil, racista? Não!!!


Prof Paixão: quando o Brasil terá os índices do Brasil só dos brancos ?

O programa Entrevista Record Atualidade que a Record News exibiu ontem mostrou uma entrevista com o professor Marcelo Paixão, do Instituto de Economia da UFRJ.

Ele mostrou alguns dados que deveriam dar muito orgulho aos brasileiros (da elite):

Os negros brasileiros vivem seis anos menos que os brancos.

O número de analfabetos negros é o dobro do número de brancos.

A renda dos negros é a metade da renda dos brancos.

Os negros ficam dois anos a menos na escola que os brancos.

Se desmontarmos os números do IDH, índice do desenvolvimento humano, da ONU, veremos que se o Brasil fosse só dos brancos (O SONHO DA ELITE BRASILEIRA …) ficaria na 40a. posição do IDH.

O Brasil está na 70a.

Mas, se fosse só de negros, seria um país pobre africano e ficaria na 104a. posição.

Não, nada disso, nós não somos racistas.

Tanto assim, demonstra o professor Paixão, que entre 2003 e 2009 foram libertados 40 mil brasileiros.

Isso mesmo, amigo navegante, "libertados", ou seja, abandonaram a posição de escravos, porque viviam em fazendas sob o regime servil: não recebiam remuneração para poder pagar dívidas impagáveis.

Desses 40 mil escravos, 73,5% eram negros.

Ora direis, mas o Brasil é um país negro.

Sim, 50,5% da população é negra.

Mas, dos escravos, 73,5% são negros.

Não, amigo navegante, o professor Paixão exagera.

Não, não somos um país racista.

A última coisa de que o Brasil precisa é de ações afirmativas, como, por exemplo, cotas para negros nas universidades.

Isso é recurso de país pobre, subdesenvolvido, como os Estados Unidos.

E viva a democracia racial do Brasil !

Viva !

Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim

sábado, 26 de junho de 2010

A prova é necessária?

A avaliação é parte constante do processo de ensino/aprendizagem. Fazê-la através de prova, com registro no papel, é obrigatório a partir do segundo ano do ensino fundamental. Avaliar, porém, não é simplesmente aplicar uma prova e converter as respostas em números, chegando-se a uma nota final. Avaliar, segundo o dicionário Aurélio, é "determinar o valor", e isso não está necessariamente ligado a uma prova formal.

Qual o valor de provas escritas se comparadas com a observação atenta de um professor no dia-a-dia? Em uma prova, o papel do professor é somente o de ser o juiz, de julgar e dar a nota final. Em uma observação constante, o papel do professor muda. Através de uma dinâmica interativa em que o professor não toma um papel superior na sala de aula, este consegue perceber o desenvolvimento de cada aluno individualmente e, assim, avaliar para saber quais os objetivos foram atingidos e como o professor pode ajudar o aluno.

Seria necessário então um registro em papel se este não fosse imposto pelo MEC?

Tirei DAQUI.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Maternidade

Quando perguntada sobre o que ela estava fazendo da vida, uma conhecida minha respondeu que agora ela é mãe. E acrescentou: "A melhor coisa que uma mulher pode ser". Eu tive que discordar. Quando criança, eu sempre quis ouvir minha mãe dizendo que eu era a melhor coisa da vida dela. Mas, crescendo, eu comecei a pensar que minha mãe era muito mais do que só minha mãe: ela era uma profissional, ela era uma intelectual, ela era um ser humano cuja vida se extendia para além do papel dela como mãe. Minha mãe tinha muito orgulho de quem ela era, como ser humano. E eu sou grata por isso, pois me ensinou que, antes de qualquer coisa, eu sou uma pessoa. Esse sexo biológico é apenas um dos muitos aspectos da minha vida, e não precisa ser a coisa que me define integralmente.

É verdade que ser mãe não é fácil. E não vem naturalmente. Como todas as outras coisas que humanos fazem, necessita ser aprendido. Para dominar a maternidade, são necessárias prática e paciência. Você confia no conhecimento já existente, você procura informações e você se adequa ao que acha que está de acordo com a sua visão de mundo. Se for para falar alguma coisa sobre maternidade, pode-se falar que é um dos trabalhos mais duros que existem, pois há tanta coisa em risco. Sem mencionar que é um trabalho em tempo integral, 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante anos... E na verdade nunca acaba...

Mas ser mãe não é "a melhor coisa que uma mulher pode ser". Pode até ser a sua missão na terra, mas isso não é uma consequência por você ser mulher. É sim a consequência de uma escolha que você fez, originada pela sua visão de mundo. Mulheres não são iguais, não são definidas pela sua capacidade de procriar.Nem todas as mulheres podem ou querem ter filhos. Isso significa que elas nunca atingirão seu potencial como seres humanos?

Nós todos tentamos fazer nossas próprias escolhas sobre nossas vidas. Mas dizer que maternidade é a melhor coisa que uma mulher pode ser é altamente problemático. Você pode dizer que maternidade é a melhor coisa que você escolheu ser, pois te realiza. Nesses casos, você quer transmitir aos outros que você está feliz e satisfeita com o que você tem na vida. Mas nem todo mundo pensa da mesma forma!

Tradução livre - lido aqui.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Professores despreparados

Fizeram em 2009 uma prova com os professores da rede pública do estado de São Paulo. Preparada pela Unesp, pra saber se a galera está minimamente preparada para lecionar. Adivinha: a coisa tá feia em São Paulo. Mas eu me pergunto como estaria Santa Catarina se fosse aplicada prova semelhante por essas bandas... Aposto que não muito diferente.

Os highlights da matéria publicada no Estadão eu colo aqui, se você quiser ler na íntegra, o link é esse.

* Dos 181 mil docentes temporários que se submeteram ao exame de avaliação, cerca de 88 mil não alcançaram a nota mínima para lecionar. Ou seja, quase metade dos candidatos foi reprovada, não tendo acertado metade das 80 questões. Isso deixa claro por que a categoria se recusou a ser avaliada quando a medida foi adotada pelo então governador José Serra, em 2008.
-> Mas é claro que professor não quer ser avaliado! Claro! Se você não entende nada de eletromagnetismo, quer ser avaliado a respeito? Não! E a maioria dos professores não sabe nada da área que atua, nem nada sobre educação!

* No último concurso de ingresso para o magistério público, os resultados foram tão decepcionantes quanto os da prova de avaliação dos docentes temporários. Dos 261 mil inscritos, apenas 52.839 (22,8% do total) conseguiram obter a nota mínima de aprovação. Na disciplina de artes, 82% dos 13.003 candidatos foram reprovados. E, dos 29.519 docentes que disputaram as vagas de educação física, 78,8% não obtiveram a nota mínima.

* Em língua portuguesa, a taxa de aprovação foi 18,1%. Em biologia, ela foi de 20,4%; em história, atingiu 23,4%; em geografia, 32,3%; e em química, 33,2%.
-> Professor de Português que não sabe Português! Sério, me mata!

* Que tipo de atividade didática esperar de quem não conhece a disciplina que pretende ensinar?
-> SIM, essa é a pergunta!!!!!!

* A taxa mais alta de aprovação foi em inglês, onde 43,6% dos candidatos obtiveram a nota mínima de aprovação.
-> Hahahahaha é piada né? Só com essa dá pra ver que a prova talvez nem tenha sido tão exigente assim. Todo mundo sabe que professor de inglês de escolas regulares não sabe falar inglês. Salvo raríssimas exceções, claro.

* As situações consideradas críticas pelas autoridades educacionais ocorreram nas disciplinas de matemática e de física. Em matemática foram reprovados 89,3% dos 27.308 professores que participaram do concurso de ingresso. E, em física, a reprovação foi de mais de 93%, motivo pelo qual só puderam ser preenchidos 304 dos 941 cargos levados a concurso.

Daí sabe o que acontece? Os caras não são aprovados. Então não podem ser contratados, porque não atingiram nota mínima no concurso. E então eles vão lá na Gerência Regional de Ensino e se inscrevem para serem ACTs, ou professores temporários. E daí eles vão pra sala de aula do mesmo jeito. Do mesmo jeito. É fácil. Todo mundo sabe que a demanda por professores nunca vai ser suprida. Então todo mundo sabe que sempre vai ter vaga pra ACT. E pronto. Final feliz, né? Todo mundo empregado.

domingo, 20 de junho de 2010

Filmes serão obrigatórios nas escolas

Li AQUI.

Estudantes de escolas públicas e privadas serão obrigados a assistirem, no período de um mês, a pelos menos duas horas de filmes nacionais. A proposta faz parte de um projeto de lei aprovado ontem pela Comissão de Educação do Senado.

De acordo com o texto, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), essa exibição passa a ser um dos componentes do currículo escolar. O objetivo, segundo o político, "é disseminar a cultura na rede pública a um custo reduzido e despertar nas crianças o interesse pelas produções nacionais".

– Escola sem cultura não é escola. É difícil fazer teatro em todas as escolas, mas cinema é perfeitamente possível. Com isso, a gente vai criar uma demanda para os filmes no futuro. Quando essas crianças crescerem, vão começar a ir ao cinema com mais frequência, entender e gostar mais dos filmes brasileiros – declarou o senador.

Para a pedagoga Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de Pedagogia da Unicamp, o projeto é interessante para a formação, mas ele não deve se resumir apenas a uma prática de recreação. Não há prazo para o projeto entrar em vigor.

********

Eu amo o Cristovam Buarque, amo mesmo, mas de todas as prioridades na área da Educação, ficar gastando hora-aula para assistir filme nacional não é um pouco bobagem???
Até porque a observação da pedagoga no último parágrafo da notícia VAI se concretizar: vai virar recreação. Ela foi bondosa, pois a palavra certa seria bagunça.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Alguém acredita que isso exista?

A cantora Miley Cyrus não quer saber de entrar para a faculdade tão cedo. Segundo o site PopCrunch, a diva teen não pretende seguir os passos da irmã mais velha, que entrou para uma universidade em Nashville.
"Não vou para a faculdade agora. Acredito que você pode fazer isso com qualquer idade, porque minha avó foi para a faculdade com 62 anos", disse Miley.

Fiquei muito feliz ao ler essa declaração da Miley Cyrus!! Realmente existem coisas muito mais importantes do que ir para a faculdade, a mulher ungida de verdade sabe muito bem aproveitar a vida!!

A maior faculdade que existe é o nosso lar, complementado com a Palavra do Senhor!!! Para que se enterrar em livros que nada nos acrescentam a não ser duvidas? A Bíblia existe e o nosso Varão ta ai para sustentar nosso lar, estudar e com o seu conhecimento e habilidade nos guiar pelo resto da vida!!

Miley, agora é só você se apegar à Bíblia, largar esses trajes de meretriz teen e virar ungida assim como eu!! Eu não fiz faculdade, mas devido a minha evangelização na internet me tornei uma grande e famosa jornalista, mas isso foi Deus que determinou em minha vida me dando essa oportunidade e fazendo com que a profissão fosse reconhecida mesmo sem Diploma!! Deus faz tudo certinho!! Mas não tenha dúvidas que eu largo tudo isso para cuidar do meu Varão de Deus Wandersson!!

Esposa ungida é MAS, mulher independente é MENAS!!

********

Tá que a mulher que se diz grande e famosa jornalista não sabe nem escrever em português básico... Sem comentários, mas essa asnice se encontra AQUI.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Aulas - terror?

Hoje começo a dar aulas em uma escola estadual.

Agora eu quero ver.

Duas manhãs e duas tardes com quinta, sexta, sétima e oitava séries.
Eu, que prometi nunca voltar pra esse mundo, e especialmente pra essa faixa etária.

Já tive essa experiência em 2001-2002. Em uma escola particular em Gaspar. Foi horrível, cada segundo. Lá eu trabalhava de quinta série ao segundo ano do Ensino Médio. Descobri que sou extremamente incompetente. Não conseguia. Não conseguia fazer nada. Não ensinei nada, provavelmente. Não tinha controle da sala. Não tinha respeito dos alunos.

Só que - há! - hoje eu me considero mais boba do que era naquela época. Mais permissiva. Mais complacente. Mais paciente. Do tipo que não sabe impôr limites, sabecomo? E que responde a todas as provocações com um sorrisinho meio assustado meio e-agora-o-que-faço. Perfil perfeito para aulas em escolas de idiomas, acho que não tem aluno que não goste de ter aula comigo. Justamente por isso, porque eu tenho paciência, porque eu nunca sou grossa, porque eu repito as coisas mais óbvias mil vezes sem stress e porque eu não apavoro quando eles não fazem tarefa.

Antes eu não era assim, eu era sacana, eu era mais impulsiva. Comigo era bateu-levou, falou agora vai ter que escutar. Tipo aquele professor que dá mais certo com teens, que não deixa barato, que é paunocu e ainda assim os alunos gostam porque acaba sendo engraçado. Mas ainda assim eu não era sacana o suficiente para conseguir lecionar para aquelas séries lá.

Inglês na escola é tão, mas tão fadado ao fracasso que eu nem preciso comentar. Você estudou em escola regular, teve aulas de inglês, e aí, como foi? Aprendeu alguma coisa? Foram pelo menos 7 anos de inglês, você é fluente?

Não, eu nem preciso comentar, mas eu vou. São 3 os problemas mais horríveis do inglês no ensino regular.

1) Número de alunos em sala
Aprender inglês funciona com prática. E a prática funciona com o professor observando e corrigindo, monitorando e depois trabalhando as dificuldades. Como fazer isso em uma turma com 50 alunos? Já é difícil em turmas com 15! Numa turma gigante, quando há o momento de colocar em prática o que os alunos aprenderam, geralmente colocamos eles em duplas ou trios e eles trabalham pequenas conversas sobre o tópico dado. Enquanto o professor monitora as duplas da frente, por exemplo, os de trás estão falando sobre a festa do próximo final de semana. Os alunos hoje em dia estão tão moldados para trabalhar somente sob terror que, se não tiver o professor-assustador olhando por cima do ombro deles, eles não fazem. É verdade.

2) Turmas desniveladas
Toda turma é desnivelada, mesmo em escolas de idiomas. São tantas habilidades, tantas carcaterísticas diferentes que, mesmo que estejam no mesmo nível, ainda estão em níveis diferentes.
Na escola então, onde não há nenhum tipo de nivelamento, a situação é caótica. Alguns alunos tem computador e internet. Esses já estão familiarizados com algumas palavras. Outros são viciados em jogos de video-game. Esses chegam a ser quase fluentes - já vi cada coisa inacreditável!!! Outros gostam de música, de Justin Bieber, sei lá. Treinam coreografias, decoram as letras, e tem um outro tipo de facilidade. Outros não sabem absolutamente nada. ABSOLUTAMENTE NADA. Já tive alunos que nunca tinham visto a palavra people, e não conseguiram associar famous ao cognato em português, famoso. Não conseguiram.
Faz você se sentir numa daquelas classes multiseriadas de antigamente. Uma sala só, uma fileira de alunos na 1a série, outra fileira de alunos na 2a série, 3a, 4a e o professor se desdobrando em 4 para lecionar as 4 séries ao mesmo tempo. Minha avó estudou assim.
Se você trabalha para os que não sabem nada, você tem 2/3 da sala bocejando e achando tudo um saco e fazendo bagunça. Se você trabalha pelos que sabem mais, bom, sacanagem sua né, deixar os outros pra trás. Se ficar num meio termo, os que não sabem nada viajam igual e os que sabem mais ficam também entediados e fazem bagunça e falam mal da sua aula.
Ou seja, não tem solução viável!

3) Inglês não reprova
Como eu disse, nossos alunos estão viciados em terror. Só trabalham sob ameaças. Só fazem atividades em grupo se você ficar olhando. Só fazem trabalho se valer nota. Eles não estão lá para aprender. Eles estão lá para tirar 7,0 e não apanhar.
Infelizmente, a grande maioria dos alunos sabe que inglês não reprova. Nem educação física, by the way. Inglês só reprova se o aluno reprovar em outra matéria também. Daí pode dizer: reprovou em português E inglês. Mas reprovar só em inglês não pode. Porque inglês não é relevante o suficiente para o aluno merecer uma repetência.

Eu acho que já deixei claro aqui que sou contra reprovação e sou até contra provas tradicionais. Sou mesmo. Mas se o sistema todo funciona assim, e o aluno é motivado a fazer as coisas por causa da ameaça de reprovação, fica meio complicado para o inglês sozinho fazer diferente.

Eu tô morrendo de medo, isso sim.
Porque eu não sei se vou conseguir. Eu ainda não sei qual o material que eles usam, mas como é uma escola lá no cafundó, tem grandes chances de não se usar material nenhum. Localidades mais afastadas costumam ser mais carentes, e por isso as escolas evitam sobrecarregar os pais com compras pesadas de materiais...
Quanto mais eu penso, mais eu piro.

Eu to bem fu.

Burqa ou nudez?

Há poucos dias atrás, uma artista franco-marroquina, Majida Khattari, questionou com muito humor a questão da burca que invade a cena cultural francesa e os clichês de um lado e de outro. Num desfile- performance , ela colocou na passarela uma mulher totalmente envolta num véu, enquanto que na contramão, caminhava uma outra modelo praticamente nua, tentando equilibrar-se num salto altíssimo. Para ela não há diferença entre uma e outra, já que a primeira é prisioneira de uma tradição, enquanto que a outra é prisioneira do modelo ocidental de beleza.

Faz pensar ou não?
Li AQUI.

Sempre achei essa comercialização do corpo uma coisa contra a mulher. Mas muita gente acha que isso é feminismo. Muita gente acha que foi por isso que as feministas lutaram/lutam. Pelo direito de andar pelada, dar pra todo mundo, dominar pelo corpo e pelo sexo. Chamam as mulheres que perpetuam esse mercado de carnes de feministas. Não são.

Eu fico perplexa com o quanto as pessoas "assumem" as coisas. Assumem que ser feminista é se achar melhor do que os homens. Que é querer dominar o mundo (e os homens). Que é querer ser homem. Tem aqueles que são piores, acham que feminista é lésbica. Acham que feministas se juntam num clubinho para falar mal de homens, rir da suposta inferioridade deles e colar velcro em conjunto, numa comunidade estilo aquela que eu vi no óóóótimo filme "O Sacrifício". Não é isso! Não é nada disso!

Mas tá. A gente vai conversando, e vai postando, e segue em frente.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Saiu na Época

O que me levou a ficar pensando tanto no aborto e na legalização deste foi uma matéria que saiu na Época (leia aqui).

Finalmente foi feita uma pesquisa nacional sobre interrupção de gravidez, e o resultado pode até ter sido surpreendente para muita gente, mas não fui muito para mim. Os destaques da matéria eu coloco aqui, o resto você pode ler no link que está ali em cima:

* Uma em cada sete mulheres brasileiras entre 18 e 39 anos já fez aborto. Isso significa um grupo de cerca de 5,3 milhões de brasileiras, ou 15% da população no auge da idade reprodutiva.

* Mais da metade das que abortaram (55%) ficaram internadas em decorrência de complicações. Isso sugere aos pesquisadores um problema de saude pública, uma vez que a internação supõe complicações médicas.

* Mais da metade das mulheres conta ter recorrido a remédios. Como só existe no Brasil um medicamento registrado com essa finalidade, cujo uso está restrito a hospitais, a procura por abortivos é um dos pilares do silencioso mercado de medicamentos contrabandeados. O remédio abortivo mais comum tem como princípio ativo a substância misoprostol, mais conhecido por Cytotec. Seu registro foi suspenso no Brasil em 2005, a pedido do laboratório, informa a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desde então, qualquer amostra de Cytotec encontrada no país é contrabando.

* A pesquisa rompe alguns mitos sobre o tema, na avaliação dos autores. Primeiro, que a prática seria mais comum entre as mulheres pobres. Os números mostram que o aborto se distribui de forma equilibrada em todas as classes sociais. O segundo mito, reforçado por movimentos religiosos, é que o aborto só seria feito por mulheres que não estão integradas a uma família. Também isso se mostrou falso."Essa mulher sabe o que é uma família e frequenta igrejas e templos".

E daí no decorrer da matéria tem o relato de duas mulheres brasileiras que já abortaram, e eu acho engraçado como a Época consegue ser discaradamente parcial. Os relatos escolhidos deixam óbvio o posicionamento da revista com relação ao aborto: eles são contra. Veja a última frase dos dois relatos:

* Aquele aborto de 1986 nunca me abandonou

* Às vezes me dá uma sensação ruim, mas eu tento esquecer

Desde que eu sou pequena e tinha aquelas aulas ridículas de educação religiosa na escola, escuto relatos parecidos. Eles mostram aqueles filmes abomináveis que só mostram o direito do embrião/feto e onde a mulher é apenas um casulo, descartável, onde o bebê por acaso está - e depois organizam debatezinhos sobre aborto (quem nunca participou de um debate sobre aborto na aula de religião levanta a mão!!!). E sempre nessas aulas, e depois em todas as matérias, artigos e reportagens que eu já li na minha vida sobre o assunto, é a mesma coisa: depoimentos de mulheres que nunca esqueceram no aborto, que ficaram traumatizadas, que quase morreram, que entraram em depressão. TODAS!!!

Ainda bem que eu tenho vida e convívio social para ver que não é bem assim como os "republicanos" (hahaha) pintam. Conheço algumas (várias?) mulheres que abortaram e deu tudo certo e está tudo bem e nem por um segundo elas olharam para trás e se arrependeram do que fizeram. Beeeeem pelo contrário, se pudessem voltar no tempo, fariam de novo. Só talvez não com cytotec, pois dizalenda que dói pacas.

Algumas eram muito jovens e não poderiam lidar com uma criança, outras já tinham filhos e não queriam mais um, outras não tinham condições financeiras para arcar com os custos de um bebê, as razões são inúmeras.

Se você for contra o direito que a mulher tem sobre seu corpo, acredito que todas as suas razões são basicamente legítimas (menos as razões bíblicas, dá licença), mas tira do seu discurso essa parte onde diz que toda mulher se arrepende ou que toda mulher chora ou que toda mulher sente um vazio imenso ou que toda mulher passa a vida imaginando como estaria seu filho hoje se tivesse nascido. Na verdade acho que o que a maioria das mulheres sente é um tremendo alívio.

E se tem tanta mulher fazendo mesmo sendo ilegal, seria um caso de saúde pública.
São todas criminosas??? Devem todas ser presas???

sábado, 12 de junho de 2010

Opinião interessante

Já que o assunto na minha pauta nos últimos dias tem sido o aborto, vamos a mais uma parte da saga.

Num longo artigo, pincei esse parágrafo que achei mais interessante porque eu nunca tinha pensado nessa comparação de "se fosse com homem...", e ela é a mais pura verdade. Nesse caso e em muitos, muitos outros.

Quando se fala do debate em torno do aborto, a comunidade católica é vista com a grande vilã (não que as posturas retrógradas da entidade, sobretudo no Brasil, não atuem como meios de pressão sobre o governo) mas há que se pensar que o atraso do Brasil na descriminalização se deva em parte pelo fardo androcentrista fortemente presente em nossa sociedade. "O abortamento é uma lei para a mulher, se fosse para o homem, não seria crime. Na nossa sociedade ou a mulher é vista como a Nossa Senhora virgem ou é a Madalena prostituta", diz médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, presidente da Comissão de Assistência ao Abortamento da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetricía (Febrasgo) em entrevista ao site da IG.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Posicionamento dos partidos americanos sobre o aborto

E para quem pensa que democrata ou republicano é tudo igual:

Partido Republicano
2008: Fiéis à primeira garantia da Declaração de Independência, nós defendemos a dignidade e santidade inerente a toda vida humana e afirmamos que a criança não-nascida tem o direito individual fundamental à vida que não pode ser violado. Nós apoiamos uma emenda para vida humana na Constituição, e endossamos uma legislação para esclarecer que a proteção da Décima-quarta Emenda se aplica à crianças não-nascidas. Nos opomos ao uso de verba pública para promover ou realizar abortos e não financiaremos organizações que o defendem. Apoiamos a indicação de juízes que respeitam os valores da família tradicional (???) e a santidade e dignidade da vida humana inocente.

Partido Democarata
2008: O Partido Democrata apóia forte e inequivocadamente a decisão Roe v. Wade e o direito da mulher de escolher um aborto seguro e legal, independente de sua condição financeira, e somos contrários a todo e qualquer esforço para enfraquecer ou minar esse direito. O Partido Democrata também apóia fortemente o acesso a serviços de planejamento familiar acessíveis e educação sexual adequada a cada idade, que capacitam as pessoas a fazer escolhas informadas e viverem vidas saudáveis. Nós também reconhecemos que tais cuidados médicos e educação ajudam a reduzir o número de gravidezes indesejadas e portanto também reduzem a necessidade de abortos. O Partido Democrático também apóia fortemente a decisão da mulher de ter um filho assegurando o acesso e a disponibilidade de programas para atendimento médido pré e pós natal, habilidades parentais, suporte à renda e programas de adoção.

Sou democrata de carteirinha. :)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Escola de INGLES???

Não é muito engraçado que uma escola de INGLÊS tenha esse nome:


Daynamics?
DAYNAMICS???

hahahahahahahaha

domingo, 6 de junho de 2010

Palmatória de volta???

Não se passou assim tanto tempo que a palmatória tenha caído no esquecimento coletivo. A professora fria, austera e de régua na mão ainda assombra os pesadelos de muita gente crescida. E está de volta, numa cidade de 60 mil habitantes do Texas nos Estados Unidos. Nas 14 escolas públicas de Temple, foram os próprios pais a pedir o regresso da reguada para disciplinar os filhos mais rebeldes. O conselho escolar da cidade votou e aprovou por unanimidade o castigo em maio do ano passado, que só é aplicado pelo diretor e em casos considerados graves. Três reguadas na palma da mão é a pena máxima para os que agridem os professores e funcionários, para os que roubam os colegas, para os que são apanhados roubando a escola, ou que sejam acusados de bullying.

O castigo, instituído há quase um ano, só foi aplicado uma vez. Bastou para "reduzir drasticamente a violência escolar", explicou ao jornal "Washington Post" Steve Wright, o diretor do conselho escolar de Temple. O efeito preventivo da palmatória terá sido suficiente para assustar os alunos agressivos e todos estarão satisfeitos: pais, professores e alunos.

Putz, esqueci de copiar a fonte...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sobre o aborto

Eu descobri uma coisa esses dias que eu achei deveras interessante. Eu não sabia, e acho que deveria ter sabido antes, mas enfim, soube agora e fiquei de cara.

Desde 1973, quando houve o caso Roe v. Wade, a Suprema Corte dos Estados Unidos determinou que a mulher, consultando seu médico, tem o direito constitucional de abortar no estágio inicial da gravidez, livre da interferência do governo.

DESDE 1973!!!

E eu me pergunto o que falta para chegarmos perto disso no Brasil.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Comentários idiotas

Eu sou católico de formação.Sou crismado,batizado,mas não sou particante.Porém estou na mesma situação sua.Não sinto a necessidade de um freio.Mas vejo na religião um melhor meio para freiar o feminismo.E essa recomendação é muito boa.Olhar para mulheres que acreditam em Deus de fato.E ver o passado dela,pois conheço uma que já foi segurança,um hábito altamente masculino,e hoje se diz devota.Essa eu não quero.Quero uma que possa ter errado em outra coisa.Menos ter feito coisa de homem,ter agido como feminista.
(comentário postado em um blog antifeminista)

Engraçado né?
Essa gente existe. Hoje. Em 2010. Depois de tantos avanços (e retrocessos, ok) em tantas áreas. Essa gente existe. Eu quase não acredito. Às vezes eu penso que é piada, que é gente que entra na net com perfil fake pra falar merda e depois rir dos que argumentam contra. Mas não é piada. Essa gente tá aí, ao nosso redor, everywhere.